De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Em busca de alimentação
27/06/2010
Fonte: OESP, Economia, p. B4
Em busca de alimentação
Famílias de Salvador e de Manaus desdobram-se para garantir suas refeições de cada dia
Tiago Décimo / Salvador e Liège Albuquerque / Manaus
A principal conclusão da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008 e 2009, divulgada na semana passada, é que a renda subiu 10,8%, mas ainda é insuficiente para as famílias se alimentarem bem. Precisam de auxílio do governo, como é o caso da faxineira Tatiana Moura Batista, de 34 anos, moradora do município de Camaçari, região metropolitana de Salvador. Viúva, ela recorre ao Bolsa-Família para garantir alimentação aos dois filhos - um menino de 12 anos e uma menina de 3. "O auxílio veio no momento certo, pois depois que meu marido morreu fiquei desempregada e não tinha de onde tirar dinheiro para dar de comer para os filhos", diz.
"Hoje, uso quase todo o Bolsa-Família para comprar arroz, feijão, ovos, leite, farinha, verduras, frutas e um pouco de carne para eles", diz Tatiana, que recebe R$ 112 mensais do benefício e faz bicos para complementar a renda.
Se Tatiana afirma que o benefício do governo federal segue diretamente para a compra de produtos alimentícios - em tese o principal objetivo do programa -, o auxiliar de cozinha Adilson Fonseca Santos, de 41 anos, que presta serviços a pousadas e mora no mesmo distrito que a faxineira, admite que o Bolsa-Família recebido por sua mulher tem outro propósito: ajudar a pagar o aluguel, de R$ 300.
Já em Manaus, a dona de casa Áurea da Silva, de 53 anos, não lembra se alguma vez na vida teve três refeições num dia. "A fome é companhia de vida, com uma ou nenhuma refeição por dia, infelizmente a mesma rotina que minhas três filhas estão dando para os nove filhos delas", lamenta a indígena da etnia kokama, morando num barraco de lona e madeira há dois anos e meio às margens da AM 010 (Manaus-Itacoatiara).
Áurea é uma das lideranças das 80 famílias de indígenas kokama e sateré-maué que saíram de suas aldeias, no Alto Solimões, em busca de vida melhor na capital. "A gente nunca nem recebeu nenhuma bolsa do governo federal, porque a maioria nem tem registro de nascimento ou muito menos tinha escola no interior", conta a dona de casa da etnia sateré Adriana Campos, 24 anos, quatro filhos.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100627/not_imp572597,0.php
OESP, 27/06/2010, Economia, p. B4
Famílias de Salvador e de Manaus desdobram-se para garantir suas refeições de cada dia
Tiago Décimo / Salvador e Liège Albuquerque / Manaus
A principal conclusão da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008 e 2009, divulgada na semana passada, é que a renda subiu 10,8%, mas ainda é insuficiente para as famílias se alimentarem bem. Precisam de auxílio do governo, como é o caso da faxineira Tatiana Moura Batista, de 34 anos, moradora do município de Camaçari, região metropolitana de Salvador. Viúva, ela recorre ao Bolsa-Família para garantir alimentação aos dois filhos - um menino de 12 anos e uma menina de 3. "O auxílio veio no momento certo, pois depois que meu marido morreu fiquei desempregada e não tinha de onde tirar dinheiro para dar de comer para os filhos", diz.
"Hoje, uso quase todo o Bolsa-Família para comprar arroz, feijão, ovos, leite, farinha, verduras, frutas e um pouco de carne para eles", diz Tatiana, que recebe R$ 112 mensais do benefício e faz bicos para complementar a renda.
Se Tatiana afirma que o benefício do governo federal segue diretamente para a compra de produtos alimentícios - em tese o principal objetivo do programa -, o auxiliar de cozinha Adilson Fonseca Santos, de 41 anos, que presta serviços a pousadas e mora no mesmo distrito que a faxineira, admite que o Bolsa-Família recebido por sua mulher tem outro propósito: ajudar a pagar o aluguel, de R$ 300.
Já em Manaus, a dona de casa Áurea da Silva, de 53 anos, não lembra se alguma vez na vida teve três refeições num dia. "A fome é companhia de vida, com uma ou nenhuma refeição por dia, infelizmente a mesma rotina que minhas três filhas estão dando para os nove filhos delas", lamenta a indígena da etnia kokama, morando num barraco de lona e madeira há dois anos e meio às margens da AM 010 (Manaus-Itacoatiara).
Áurea é uma das lideranças das 80 famílias de indígenas kokama e sateré-maué que saíram de suas aldeias, no Alto Solimões, em busca de vida melhor na capital. "A gente nunca nem recebeu nenhuma bolsa do governo federal, porque a maioria nem tem registro de nascimento ou muito menos tinha escola no interior", conta a dona de casa da etnia sateré Adriana Campos, 24 anos, quatro filhos.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100627/not_imp572597,0.php
OESP, 27/06/2010, Economia, p. B4
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