De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias

Índios surdos trocam experiência e conhecem Dourados

03/07/2010

Fonte: Notícias MS - http://www.folhadoms.com.br/



A Escola Municipal Tengatuí Marangatu, na Aldeia Jaguapiru, fez quinta-feira (01) um trabalho para inclusão social de dois alunos portadores de deficiência auditiva. Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, os alunos visitaram o centro comercial de Dourados e conheceram os funcionários do comércio, também deficientes auditivos.

"O objetivo é incluí-los socialmente e dar oportunidade para que eles conheçam aqueles que têm as mesmas dificuldades e com isso trocar experiências", explica o professor de recursos multifuncionais da escola, Aurélio da Silva Alencar.

Os alunos passaram pelas principais avenidas do município para conhecer semáforos, faixa de pedestre e demais sinalizações do trânsito, além de atribuir sinais de comunicação às lojas e produtos. "Assim como na nossa linguagem, todas as coisas têm um nome e significado, na linguagem de sinais. É isto que viemos fazer, ensinar os nomes dos estabelecimentos comerciais na Libras", comenta o professor.

A coordenadora do núcleo de área de libras da Secretaria Municipal de Educação, Leila Alencar, considerou a atividade produtiva, principalmente por ser um laboratório para os alunos. "Esta aula prática é muito boa, pois eles não decoram o nome das coisas e sim aprendem. E o contato com pessoas com a mesma deficiência inseridas no mercado de trabalho é interessante porque os motiva ainda mais", garante.

Leila explica que inicialmente os alunos índios relutavam em aprender uma nova forma de se comunicar. "Eles ficavam isolados, até mesmo da família. Era normal resistirem a novas perspectivas. Agora têm até a possibilidade de trabalharem. São novos horizontes", avalia.

A experiência foi motivadora para Rosy Kelly Correia Freitas, 29, aluna da 7ª série do ensino fundamental. Por conta da visita, ela se sentiu empolgada em trabalhar. "Agora eu quero trabalhar", afirmou.

Aurélio disse que é uma surpresa para ele a posição de Rosy. "Ela dizia que queria apenas cuidar dos afazeres domésticos e agora que conheceu outras realidades mudou de ideia. Viu que também pode trabalhar", surpreende-se o professor.

Rosy descreve como era sua comunicação com a família antes de aprender a linguagem de sinais. "Não sabia nada, descrevia tudo com gestos, murmurava com meus familiares. Era difícil eles me compreenderem. Agora até os ouvintes sabem um pouco de sinais. Fica mais fácil a comunicação", conta.

O aluno Cleiton Geovan de Souza, 15, estudante da 6ª série do ensino fundamental, conta que durante um passeio rápido de carro aprendeu que quando o semáforo de pedestre estiver vermelho ele deve esperar para atravessar a rua. Quando estiver verde, mesmo assim deve olhar com atenção antes de cruzar a rua. "Ainda aprendi o sinal da catedral, de bancos e de lojas, foi muito bom. Esta experiência eu vou guardar na memória. Conheci até o shopping".

No total, nove índios estudam com auxílio de intérpretes. Na Rede Municipal de Ensino de Dourados são 22 intérpretes e 24 alunos portadores de deficiência auditiva. Eles estudam no período regular com ajuda destes auxiliares e no contraturno têm aula específica de Língua Brasileira de Sinais (Libras).

http://www.folhadoms.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=22275:indios-surdos-trocam-experiencia-e-conhecem-dourados&catid=54:dourados&Itemid=127
 

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