De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Governo estuda implantar ferrovia até município de Diamantino (MT)
08/08/2003
Autor: Eduardo Gomes
Fonte: Diário de Cuiabá-Cuiabá-MT
A Ferrovia Senador Vicente Vuolo esteve ontem no centro das atenções em Cuiabá e em Santo Antônio de Leverger. O secretário de Transportes, Luiz Antonio Pagot, anunciou que o governador Blairo Maggi determinou a realização de estudos técnicos para a implantação de um trecho ferroviário com aproximadamente 200 km, da capital a Diamantino. Em Leverger, o secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Cuiabá, Francisco Vuolo, proferiu palestra na Câmara Municipal alertando para "o risco da ferrovia ficar estagnada em Rondonópolis".
Hoje, a ferrovia volta ao centro das atenções. Às 9 horas, a Câmara Municipal de Cuiabá realiza audiência pública para debater a implantação do trecho de 400 km que ligará a capital a Alto Araguaia.
O anúncio feito por Pagot foi comemorado em Diamantino pelo prefeito Chico Mendes (PSB). Por telefone Chico Mendes disse que dará todo o suporte logístico possível para que os estudos sejam concluídos o quanto antes. "A ferrovia será a nossa redenção", destacou.
Mas, para que os trilhos cheguem a Diamantino, primeiro o trem terá que apitar em Rondonópolis e Cuiabá. De Alto Araguaia a Rondonópolis o projeto da obra foi concluído e recebeu o sinal verde do presidente Lula, quando de sua visita a Alto Araguaia, em junho, para inaugurar o terminal de embarque de grãos ali construído.
O trecho de Rondonópolis a Cuiabá ainda não tem projeto técnico nem EIA/RIMA. Esse fato foi destacado por Vuolo em Leverger. "Temos que forçar a Ferronorte a elaborar e requerer o EIA/RIMA", alertou. Ele teme que após o trem chegar a Rondonópolis, o restante do projeto da ferrovia seja engavetado. "Nunca ouvi o governador Blairo Maggi se posicionar sobre a ferrovia para Cuiabá. Mas, se ele for contrário estará afrontando a sociedade. Isso seria como se alguém cultivasse soja e não a colhesse", comparou.
Vuolo disse que o projeto original da ferrovia está sendo desfigurado para supostamente beneficiar Rondonópolis. Segundo ele, os trilhos deveriam alcançar a região de Mineirinho, em Itiquira, onde deveria se construir um terminal de embarque, e dali rumarem para Leverger, pelo Pantanal. Advertiu que forças políticas rondonopolitanas querem deslocar o terminal para as imediações da cidade. E lembrou que no início do século passado, a ferrovia que liga o noroeste de São Paulo a Mato Grosso começou a ser construída. Àquela época Corumbá era a principal cidade do estado, e Campo Grande não passava de uma pequena vila. Os trilhos chegaram a Campo Grande e não avançaram por 20 anos. Isso, no entendimento dele, fez Campo Grande se desenvolver. Tal fato - acredita - poderia se repetir com a Ferronorte em Rondonópolis.
A assessoria de Comunicação da Ferronorte admite que não existe EIA/RIMA nem projeto para o trajeto Rondonópolis/Cuiabá. O argumento é financeiro: trata-se de projetos caros, que são desenvolvidos de acordo com o cronograma da obra. O assessor da ferrovia, José Roberto Walker, ironizou sobre a desfiguração do projeto citada por Vuolo: "Não existe tal projeto. O projeto é feito na medida em que os trilhos avançam", arrematou.
Vuolo vê risco da ferrovia excluir Cuiabá
A inexistência de projeto da Ferronorte no trecho de Rondonópolis a Cuiabá preocupa Vuolo. Ele cita que existem dois riscos da ferrovia não chegar à Cuiabá, caso se construa um terminal de grãos nas imediações daquela cidade.
Um dos riscos seria a ferrovia ser desviada para o Nortão cruzando Paranatinga e chegando a Sorriso. Outro seria a inviabilidade de se implantar trilhos na descida da Serra de São Vicente e a existência da terra indígena Teresa Cristina, dos Bororos, entre as duas cidades.
Vuolo defenderá na Audiência Pública em Cuiabá, que o traçado parta de Mineirinho (60 km ao sul de Rondonópolis) e cruze Leverger. Alega que essa seria a única maneira da ferrovia se viabilizar. O prefeito daquele município, Eduardo Belmiro da Silva (PSDB), também tem o mesmo entendimento e se manifestou à respeito quando da palestra proferida ontem, na Câmara Municipal, por Vuolo.
A Ferronorte sequer discute a possibilidade de excluir Cuiabá. E sua assessoria explica que não vê impedimento em transpor serras. Quanto ao território Bororo, diz que os trilhos "manterão a distância legal exigida da reserva indígena de 25.694 hectares em Leverger".
O assessor da Ferronorte, José Roberto Walker, disse que a empresa está empenhada em executar a obra da ferrovia. Ele também comentou a determinação do governador Blairo Maggi de realizar estudos para os trilhos chegarem a Diamantino. "Veja que a ferrovia tem aliados importantes. Isso é extraordinário, porque evidencia que todos estão preocupados em facilitar o nosso trabalho".
Neste ano, a Ferronorte deverá transportar 6,3 milhões de toneladas do complexo soja, algodão, insumos e combustível. Quando os trilhos chegarem a Rondonópolis o volume transportado será maior, e assim sucessivamente.
Hoje, a ferrovia volta ao centro das atenções. Às 9 horas, a Câmara Municipal de Cuiabá realiza audiência pública para debater a implantação do trecho de 400 km que ligará a capital a Alto Araguaia.
O anúncio feito por Pagot foi comemorado em Diamantino pelo prefeito Chico Mendes (PSB). Por telefone Chico Mendes disse que dará todo o suporte logístico possível para que os estudos sejam concluídos o quanto antes. "A ferrovia será a nossa redenção", destacou.
Mas, para que os trilhos cheguem a Diamantino, primeiro o trem terá que apitar em Rondonópolis e Cuiabá. De Alto Araguaia a Rondonópolis o projeto da obra foi concluído e recebeu o sinal verde do presidente Lula, quando de sua visita a Alto Araguaia, em junho, para inaugurar o terminal de embarque de grãos ali construído.
O trecho de Rondonópolis a Cuiabá ainda não tem projeto técnico nem EIA/RIMA. Esse fato foi destacado por Vuolo em Leverger. "Temos que forçar a Ferronorte a elaborar e requerer o EIA/RIMA", alertou. Ele teme que após o trem chegar a Rondonópolis, o restante do projeto da ferrovia seja engavetado. "Nunca ouvi o governador Blairo Maggi se posicionar sobre a ferrovia para Cuiabá. Mas, se ele for contrário estará afrontando a sociedade. Isso seria como se alguém cultivasse soja e não a colhesse", comparou.
Vuolo disse que o projeto original da ferrovia está sendo desfigurado para supostamente beneficiar Rondonópolis. Segundo ele, os trilhos deveriam alcançar a região de Mineirinho, em Itiquira, onde deveria se construir um terminal de embarque, e dali rumarem para Leverger, pelo Pantanal. Advertiu que forças políticas rondonopolitanas querem deslocar o terminal para as imediações da cidade. E lembrou que no início do século passado, a ferrovia que liga o noroeste de São Paulo a Mato Grosso começou a ser construída. Àquela época Corumbá era a principal cidade do estado, e Campo Grande não passava de uma pequena vila. Os trilhos chegaram a Campo Grande e não avançaram por 20 anos. Isso, no entendimento dele, fez Campo Grande se desenvolver. Tal fato - acredita - poderia se repetir com a Ferronorte em Rondonópolis.
A assessoria de Comunicação da Ferronorte admite que não existe EIA/RIMA nem projeto para o trajeto Rondonópolis/Cuiabá. O argumento é financeiro: trata-se de projetos caros, que são desenvolvidos de acordo com o cronograma da obra. O assessor da ferrovia, José Roberto Walker, ironizou sobre a desfiguração do projeto citada por Vuolo: "Não existe tal projeto. O projeto é feito na medida em que os trilhos avançam", arrematou.
Vuolo vê risco da ferrovia excluir Cuiabá
A inexistência de projeto da Ferronorte no trecho de Rondonópolis a Cuiabá preocupa Vuolo. Ele cita que existem dois riscos da ferrovia não chegar à Cuiabá, caso se construa um terminal de grãos nas imediações daquela cidade.
Um dos riscos seria a ferrovia ser desviada para o Nortão cruzando Paranatinga e chegando a Sorriso. Outro seria a inviabilidade de se implantar trilhos na descida da Serra de São Vicente e a existência da terra indígena Teresa Cristina, dos Bororos, entre as duas cidades.
Vuolo defenderá na Audiência Pública em Cuiabá, que o traçado parta de Mineirinho (60 km ao sul de Rondonópolis) e cruze Leverger. Alega que essa seria a única maneira da ferrovia se viabilizar. O prefeito daquele município, Eduardo Belmiro da Silva (PSDB), também tem o mesmo entendimento e se manifestou à respeito quando da palestra proferida ontem, na Câmara Municipal, por Vuolo.
A Ferronorte sequer discute a possibilidade de excluir Cuiabá. E sua assessoria explica que não vê impedimento em transpor serras. Quanto ao território Bororo, diz que os trilhos "manterão a distância legal exigida da reserva indígena de 25.694 hectares em Leverger".
O assessor da Ferronorte, José Roberto Walker, disse que a empresa está empenhada em executar a obra da ferrovia. Ele também comentou a determinação do governador Blairo Maggi de realizar estudos para os trilhos chegarem a Diamantino. "Veja que a ferrovia tem aliados importantes. Isso é extraordinário, porque evidencia que todos estão preocupados em facilitar o nosso trabalho".
Neste ano, a Ferronorte deverá transportar 6,3 milhões de toneladas do complexo soja, algodão, insumos e combustível. Quando os trilhos chegarem a Rondonópolis o volume transportado será maior, e assim sucessivamente.
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