De Povos Indígenas no Brasil
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Índia sateré prova coragem
11/08/2010
Autor: Elaíze Farias
Fonte: A crítica - www.acritica.com
Uma menina da etnia sateré-mawé de 15 anos de idade quebrou uma tradição e tornou-se a primeira mulher a participar do Ritual da Tucandeira, uma iniciação para a vida adulta até então exclusivamente masculina.
Leiciane Costa da Silva, cujo nome em língua sateré-mawé é Atwãma, participou em novembro de 2009, na comunidade Sahuapé, em Manacapuru, de sua terceira sessão de iniciação durante o "Encontro de Guerreiros". O evento reúne pelo menos, 20 meninos iniciantes. Durante o ritual, os rapazes (e agora, moça) colocam as mãos em uma luva de palha cheia de formigas de ferrão venenoso e muito doloroso.
No primeiro dia do "Encontro dos Guerreiros", cada luva trazia 100 formigas cujas picadas dão a sensação de "facas enfiadas na carne", conforme descreveu o menino Wató, de 11 anos, em sua 16ª sessão de ritual. Para completar a iniciação, são necessárias, no mínimo, 20 sessões. "Decidi participar para mostrar que as mulheres são tão corajosas quanto os homens. Mostrar que nós também podemos ser guerreiras.
Ao participar do ritual, também busco ter mais saúde e coragem", disse Atwãma, como prefere ser chamada. A emoção com a entrada da moça no centro do barracão onde é realizado o ritual estava estampada nos rostos dos presentes, sobretudo no das mulheres. "Fiquei arrepiada. É algo diferente", disse Maria Lizabeth de Freitas, 51, cujo nome em sateré-mawé é Whuvi.
Atwãma nasceu na aldeia Ponta Alegre, em Barreirinha, mas mora em Manaus na comunidade Waikiru. Estuda a sétima série e, segundo sua tia, Maria do Carmo do Nascimento, de nome indígena Piã-Tatá, quer estudar Medicina. "Ela é muito corajosa. Uma vez, com apenas uma picada de tucandeira no pé, fiquei com a perna toda inchada", contou Piã-Tatá.
A tuxaua de Sahuapé, Zelinda da Silva Freitas, 56, mais conhecida como Bakú, estava orgulhosa com a coragem da menina. "Antes era proibido. Meu avô não deixava as mulheres chegar perto da luva. Fico feliz quando vejo uma mulher mostrar coragem", contou.
A menina sateré-mawé também tem sua própria iniciação, igualmente dolorida. Na primeira menstruação, fica dois meses presa em um quarto. Quando sai, seu corpo é arranhado por uma espécie de pente de dente de cotia. Após a sessão, ela toma banho e uma mistura, que inclui a mangarataia entre outros produtos, é espalhada em seu corpo. Em seguida, é enviada para trabalhar no roçado.
O que é a Tucandeira
Tradição milenar difundida pela etnia Sateré-Mawé, o ritual da Tucandeira é uma espécie de prova a que os índios que estão entrando na puberdade precisam se submeter como forma de serem aceitos na vida adulta.
As formigas tucandeiras, cuja picada é extremamente dolorosa, são colocadas em uma luva feita de palha (chamada de sá ari pé). Para tanto, elas ficam adormecidas, pois no dia da cerimônia são colocadas numa bacia com tintura de folha de cajueiro, que tem efeito anestesiante.
As danças e as canções acordam as formigas. O jovem coloca a mão dentro da luva e deve suportar a dor, porque Sateré-Mawé não deve temer a dor. Durante toda a sua vida, o homem deve enfrentar a luva cerca de 20 vezes.
http://www.acritica.com/amazonia/India-satere-prova-coragem_0_314968559.html
Leiciane Costa da Silva, cujo nome em língua sateré-mawé é Atwãma, participou em novembro de 2009, na comunidade Sahuapé, em Manacapuru, de sua terceira sessão de iniciação durante o "Encontro de Guerreiros". O evento reúne pelo menos, 20 meninos iniciantes. Durante o ritual, os rapazes (e agora, moça) colocam as mãos em uma luva de palha cheia de formigas de ferrão venenoso e muito doloroso.
No primeiro dia do "Encontro dos Guerreiros", cada luva trazia 100 formigas cujas picadas dão a sensação de "facas enfiadas na carne", conforme descreveu o menino Wató, de 11 anos, em sua 16ª sessão de ritual. Para completar a iniciação, são necessárias, no mínimo, 20 sessões. "Decidi participar para mostrar que as mulheres são tão corajosas quanto os homens. Mostrar que nós também podemos ser guerreiras.
Ao participar do ritual, também busco ter mais saúde e coragem", disse Atwãma, como prefere ser chamada. A emoção com a entrada da moça no centro do barracão onde é realizado o ritual estava estampada nos rostos dos presentes, sobretudo no das mulheres. "Fiquei arrepiada. É algo diferente", disse Maria Lizabeth de Freitas, 51, cujo nome em sateré-mawé é Whuvi.
Atwãma nasceu na aldeia Ponta Alegre, em Barreirinha, mas mora em Manaus na comunidade Waikiru. Estuda a sétima série e, segundo sua tia, Maria do Carmo do Nascimento, de nome indígena Piã-Tatá, quer estudar Medicina. "Ela é muito corajosa. Uma vez, com apenas uma picada de tucandeira no pé, fiquei com a perna toda inchada", contou Piã-Tatá.
A tuxaua de Sahuapé, Zelinda da Silva Freitas, 56, mais conhecida como Bakú, estava orgulhosa com a coragem da menina. "Antes era proibido. Meu avô não deixava as mulheres chegar perto da luva. Fico feliz quando vejo uma mulher mostrar coragem", contou.
A menina sateré-mawé também tem sua própria iniciação, igualmente dolorida. Na primeira menstruação, fica dois meses presa em um quarto. Quando sai, seu corpo é arranhado por uma espécie de pente de dente de cotia. Após a sessão, ela toma banho e uma mistura, que inclui a mangarataia entre outros produtos, é espalhada em seu corpo. Em seguida, é enviada para trabalhar no roçado.
O que é a Tucandeira
Tradição milenar difundida pela etnia Sateré-Mawé, o ritual da Tucandeira é uma espécie de prova a que os índios que estão entrando na puberdade precisam se submeter como forma de serem aceitos na vida adulta.
As formigas tucandeiras, cuja picada é extremamente dolorosa, são colocadas em uma luva feita de palha (chamada de sá ari pé). Para tanto, elas ficam adormecidas, pois no dia da cerimônia são colocadas numa bacia com tintura de folha de cajueiro, que tem efeito anestesiante.
As danças e as canções acordam as formigas. O jovem coloca a mão dentro da luva e deve suportar a dor, porque Sateré-Mawé não deve temer a dor. Durante toda a sua vida, o homem deve enfrentar a luva cerca de 20 vezes.
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