De Povos Indígenas no Brasil
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Tradição da cultura do Guaraná une povos
04/12/2010
Autor: Monica Prestes
Fonte: A Crítica(AM) - http://acritica.uol.com.br/
A arte de plantar guaraná - herança dos sateré-mawé que viviam na região de Maués (a 276 quilômetros de Manaus) - liga a vida de um boliviano nascido em Brasiléia, um descendente dos indígenas que parou no tempo e um centenário que, às vésperas de completar 101 anos, moderniza sua plantação.
A vida de todos eles depende diretamente da produção de guaraná, fruto que também é a base da sobrevivência de outras 1,5 mil famílias de produtores rurais de Maués e de outros municípios naquela região.
E os três símbolos da "Cidade do Guaraná", como é conhecida a terra da bela índia guerreira Cereçaporanga, estão vencendo o maior desafio para a cidade se manter como referência mundial na cultura do guaraná: a continuidade da tradição pelas novas gerações.
Com sete filhos, 20 netos e um bisneto, o produtor rural João Rocha, 100, é, certamente, um dos mais antigos entre os que trabalham com a cultura do guaraná em Maués. Ele, que completa 101 anos em janeiro e já foi até alvo de investigação pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que desconfiou do grande número de pessoas acima de 100 anos recebendo aposentadoria no município, ainda mantém a mesma rotina da juventude.
Acorda antes de o sol nascer, desce uma ribanceira para buscar água no rio e segue para a lavoura de guaraná, onde trabalha o dia todo. Mas não sai de casa antes de tomar o já sagrado sapó - uma mistura de guaraná em pó com água, costume indígena. "Ao contrário do que muita gente pensa, o segredo para viver muito é o trabalho. O guaraná só me dá disposição para levantar todos os dias e trabalhar. É meu fortificante", revela.
Na lavoura de João Rocha, ele chegou a produzir oito toneladas por ano, mas hoje a safra não passa de duas toneladas, já que o terreno foi dividido com cinco filhos. Além de dar continuidade à tradição familiar - os avós e bisavós de João já plantavam guaraná -, o envolvimento dos filhos já rende bons frutos: a modernização da lavoura.
Na propriedade dele, o forno de barro para torragem dos grãos já foi aposentado e equipamentos como a despolpadeira e o jerico se tornaram indispensáveis ao processo de produção.
"Cada um de nós tem seu pedaço de terra, mas aprendemos muito com meu pai e, agora, tentamos retribuir com o que conhecemos de mais moderno no cultivo do guaraná. E ele não se opõe às novidades, apesar de não abrir mão de alguns costumes que aprendeu com os pais dele", relatou um dos filhos de João, Aguinaldo da Gama Gomes, 35.
Para ele, o fato de o pai não se opor às novas técnicas de plantio do guaraná apresentadas aos ribeirinhos por pesquisadores da Embrapa, Idam e da própria Ambev, compradora da maior parte da produção, foi primordial para que os filhos não abandonassem a tradição.
http://acritica.uol.com.br/amazonia/Amazonas-Amazonia-Manaus-Guarana_0_383961652.html
A vida de todos eles depende diretamente da produção de guaraná, fruto que também é a base da sobrevivência de outras 1,5 mil famílias de produtores rurais de Maués e de outros municípios naquela região.
E os três símbolos da "Cidade do Guaraná", como é conhecida a terra da bela índia guerreira Cereçaporanga, estão vencendo o maior desafio para a cidade se manter como referência mundial na cultura do guaraná: a continuidade da tradição pelas novas gerações.
Com sete filhos, 20 netos e um bisneto, o produtor rural João Rocha, 100, é, certamente, um dos mais antigos entre os que trabalham com a cultura do guaraná em Maués. Ele, que completa 101 anos em janeiro e já foi até alvo de investigação pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que desconfiou do grande número de pessoas acima de 100 anos recebendo aposentadoria no município, ainda mantém a mesma rotina da juventude.
Acorda antes de o sol nascer, desce uma ribanceira para buscar água no rio e segue para a lavoura de guaraná, onde trabalha o dia todo. Mas não sai de casa antes de tomar o já sagrado sapó - uma mistura de guaraná em pó com água, costume indígena. "Ao contrário do que muita gente pensa, o segredo para viver muito é o trabalho. O guaraná só me dá disposição para levantar todos os dias e trabalhar. É meu fortificante", revela.
Na lavoura de João Rocha, ele chegou a produzir oito toneladas por ano, mas hoje a safra não passa de duas toneladas, já que o terreno foi dividido com cinco filhos. Além de dar continuidade à tradição familiar - os avós e bisavós de João já plantavam guaraná -, o envolvimento dos filhos já rende bons frutos: a modernização da lavoura.
Na propriedade dele, o forno de barro para torragem dos grãos já foi aposentado e equipamentos como a despolpadeira e o jerico se tornaram indispensáveis ao processo de produção.
"Cada um de nós tem seu pedaço de terra, mas aprendemos muito com meu pai e, agora, tentamos retribuir com o que conhecemos de mais moderno no cultivo do guaraná. E ele não se opõe às novidades, apesar de não abrir mão de alguns costumes que aprendeu com os pais dele", relatou um dos filhos de João, Aguinaldo da Gama Gomes, 35.
Para ele, o fato de o pai não se opor às novas técnicas de plantio do guaraná apresentadas aos ribeirinhos por pesquisadores da Embrapa, Idam e da própria Ambev, compradora da maior parte da produção, foi primordial para que os filhos não abandonassem a tradição.
http://acritica.uol.com.br/amazonia/Amazonas-Amazonia-Manaus-Guarana_0_383961652.html
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