De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Desassistidos, índios perambulam e passam fome em Jutaí
11/01/2010
Autor: Elaíze Farias
Fonte: A Crítica (AM) - http://acritica.uol.com.br/
Um grupo de aproximadamente 20 indígenas da etnia kanamari está perambulando há um mês no município de Jutaí (a 749,23 quilômetros de Manaus), no Alto Solimões, sem assistência da Fundação Nacional do Índio (Funai) e sem condições financeiras para adquirir combustível de suas pequenas lanchas e retornar às suas aldeias. A maioria deles não fala português.
O grupo chegou a ter 60 pessoas, mas alguns já conseguiram retornar às suas aldeias, "devargazinho", com apoio de moradores do município que se penalizaram com a situação deles, segundo Diogo Ramos, da etnia ticuna. Diogo é membro da Coordenação das Organizações de Apoio do Desenvolvimento Sustentável ao Índio Desaldeado de Jutaí.
Segundo Diogo, os indígenas estão passando necessidade. Eles estão se alojando no antigo posto da Funai em Jutaí e até mesmo nas calçadas do prédio.
"Alguns conseguem pegar pupunha (fruto típico da região) na estrada aqui da cidade e se alimentam disso. Os coitados estão passando fome. Faz tempo que isso acontece, mas agora a gente, com mais conhecimento, quer criticar essa situação", disse Ramos.
A presença de indígenas kanamari no sede de Jutaí é comum a cada dois meses. Eles viajam até a sede do município para tirar algum documento ou receber suas aposentadorias. Só de ida, a viagem pelo rio chega a durar 14 dias.
Até meados de 2010, os indígenas kanamari recebiam apoio financeiro da coordenação da Funai em Manaus. Com a mudança administrativa ocorrida na Funai, em todo o Brasil, Jutaí passou para a jurisdição do município de Tabatinga (a 1.106,66 quilômetros de Manaus) no final de 2009.
A reportagem do acritica.com apurou que, mesmo com a mudança, a coordenação de Manaus continuou ajudando financeiramente o retorno dos indígenas às suas aldeias. Esse "apoio", contudo, foi interrompido.
Segundo informou um assessor do órgão em Manaus, essa tarefa precisa ser realizada pela coordenação de Tabatinga, porque é obrigação desta fazer esse trabalho.
Conforme o assessor, os gastos que a Coordenação da Funai em Manaus tinha com os indígenas kanamari era, a cada dois meses, R$ 600 só em alimentação, além de R$ 1 mil aplicados em combustíveis.
A viagem dos indígenas ocorre em embarcação com combustível. No caminho, se a gasolina acabar, os indígenas param para pescar. Em seguida, retomam a viagem apenas remando.
Visita
O coordenador da Funai de Tabatinga, Ismael Adércio Custódio, afirmou que tem informação sobre a situação dos indígenas kanamari citados na matéria.
Ele disse que espera que, ainda hoje (11), uma servidora da Funai em Jutaí repasse um documento relatando a situação para que providências sejam tomadas.
Custódio, que é indígena da etnia ticuna, disse que, desde que a Funai promoveu alterações administrativas em sua estrutura, a situação nas coordenações ficou complexa.
Ele diz que assumiu a coordenação em julho do ano passado e encontrou "uma grande deficiência" na instituição.
"Precisamos de recursos para ajudar os indígenas. Não adianta prometer se não temos condições. Esperamos amenizar a situação deles", disse Custódio.
http://acritica.uol.com.br/amazonia/Amazonia-Amazonas-Manaus_0_406759404.html
O grupo chegou a ter 60 pessoas, mas alguns já conseguiram retornar às suas aldeias, "devargazinho", com apoio de moradores do município que se penalizaram com a situação deles, segundo Diogo Ramos, da etnia ticuna. Diogo é membro da Coordenação das Organizações de Apoio do Desenvolvimento Sustentável ao Índio Desaldeado de Jutaí.
Segundo Diogo, os indígenas estão passando necessidade. Eles estão se alojando no antigo posto da Funai em Jutaí e até mesmo nas calçadas do prédio.
"Alguns conseguem pegar pupunha (fruto típico da região) na estrada aqui da cidade e se alimentam disso. Os coitados estão passando fome. Faz tempo que isso acontece, mas agora a gente, com mais conhecimento, quer criticar essa situação", disse Ramos.
A presença de indígenas kanamari no sede de Jutaí é comum a cada dois meses. Eles viajam até a sede do município para tirar algum documento ou receber suas aposentadorias. Só de ida, a viagem pelo rio chega a durar 14 dias.
Até meados de 2010, os indígenas kanamari recebiam apoio financeiro da coordenação da Funai em Manaus. Com a mudança administrativa ocorrida na Funai, em todo o Brasil, Jutaí passou para a jurisdição do município de Tabatinga (a 1.106,66 quilômetros de Manaus) no final de 2009.
A reportagem do acritica.com apurou que, mesmo com a mudança, a coordenação de Manaus continuou ajudando financeiramente o retorno dos indígenas às suas aldeias. Esse "apoio", contudo, foi interrompido.
Segundo informou um assessor do órgão em Manaus, essa tarefa precisa ser realizada pela coordenação de Tabatinga, porque é obrigação desta fazer esse trabalho.
Conforme o assessor, os gastos que a Coordenação da Funai em Manaus tinha com os indígenas kanamari era, a cada dois meses, R$ 600 só em alimentação, além de R$ 1 mil aplicados em combustíveis.
A viagem dos indígenas ocorre em embarcação com combustível. No caminho, se a gasolina acabar, os indígenas param para pescar. Em seguida, retomam a viagem apenas remando.
Visita
O coordenador da Funai de Tabatinga, Ismael Adércio Custódio, afirmou que tem informação sobre a situação dos indígenas kanamari citados na matéria.
Ele disse que espera que, ainda hoje (11), uma servidora da Funai em Jutaí repasse um documento relatando a situação para que providências sejam tomadas.
Custódio, que é indígena da etnia ticuna, disse que, desde que a Funai promoveu alterações administrativas em sua estrutura, a situação nas coordenações ficou complexa.
Ele diz que assumiu a coordenação em julho do ano passado e encontrou "uma grande deficiência" na instituição.
"Precisamos de recursos para ajudar os indígenas. Não adianta prometer se não temos condições. Esperamos amenizar a situação deles", disse Custódio.
http://acritica.uol.com.br/amazonia/Amazonia-Amazonas-Manaus_0_406759404.html
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