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PF: indígenas serão responsabilizados

10/05/2004

Fonte: Jornal do Brasil - Rio de Janeiro-RJ



A chuva está atrapalhando o resgate dos corpos dos garimpeiros mortos na reserva indígena Roosevelt, em Rondônia. Segundo o delegado da Polícia Federal Mauro Sposito, estão sendo feitas clareiras na mata para o pouso dos três helicópteros da PF e um do Exército. A comunicação também é dificultada pela localização do massacre.
A PF recebeu informações de que haveria 26 corpos de garimpeiros. O local do massacre fica a 100km do município de Espigão D'Oeste, na mata fechada. Não há estrada e vários trechos estão alagados.

Há denúncias de que os garimpeiros teriam sido mortos a pancadas. Cerca de 60 guerreiros da tribo cinta-larga teriam participado da matança. Garimpeiros falam em até 80 assassinatos nos últimos dias.

Os esforços das equipes da PF e da Funai estão concentrados no resgate dos corpos. Depois, a Polícia tentará identificar os responsáveis pelas mortes. Sposito não dá detalhes de como será feita a investigação, mas informou que os índios serão responsabilizados por suas ações:

- Vamos investigar e responsabilizar os índios. Identificaremos a autoria dos crimes e vamos enviar à Justiça.

Segundo o delegado, o clima é ''muito tenso'' na região. As equipes da PF e da Funai estão tentando reconstituir cada detalhe do massacre, mas já existe a certeza de que foram realmente os índios os responsáveis pelas mortes. Centenas de garimpeiros, nas cidades perto da reserva, estão revoltados. Muitos índios cinta-larga moram nessas cidades, o que aumenta o risco de conflito.

O confronto entre índios e garimpeiros começou na Semana Santa. Cerca de 150 garimpeiros teriam invadido a reserva indígena e sido atacados por índios cinta-larga, que defendiam suas terras. Em 1999, foi descoberta uma jazida de diamante que funcionava ilegalmente na área. Desde então, as invasões e os confrontos se tornaram freqüentes. A reserva indígena tem 2,7 milhões de hectares. A população estimada de índios é de 1.500.

O governo federal vai realizar uma operação desarmamento na região. Segundo o presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, a operação é para desarmar índios e garimpeiros. Mércio diz que há muitos grupos de interesse envolvidos e que podem estar fornecendo armas. Ele afirmou que é necessário ''pacificar os ânimos'', inclusive das autoridades. Foi uma referência ao governador Ivo Cassol, que teria dito que a Funai poderia ter evitado os conflitos.
 

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