De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Religiosos dizem que foram ameaçados na reserva dos índios Waimiri-Atroari
27/05/2005
Fonte: Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
O padre da Igreja Católica Apostólica Brasileira, Antônio Carlos Tavares de Souza, 35, e Carlos Evandro Rocha, conhecido como Júnior da Vanda, denunciaram que foram ameaçados de morte por índios Waimiri-Atroari e que foram impedidos de transitar na BR-174, no trecho que fica dentro da reserva.
O caso foi denunciado à chancelaria da Igreja, no Rio de Janeiro, e à organização não-governamental Direitos Internacionais. O Padre Antônio Carlos também vai protocolar denúncia contra os índios e contra a Funai (Fundação Nacional do Índio) no Ministério Público Federal, na Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e na própria Funai.
Ele conta que a arbitrariedade sofrida dentro da reserva apenas agravou o sofrimento dos dois, que vieram a pé de Manaus (AM) até o início da reserva, num percurso de 166 quilômetros. "Andamos três dias a pé, de sexta-feira passada até segunda-feira, sem que ninguém aceitasse nosso pedido de carona", lamentou.
Júnior da Vanda disse que ele e o padre foram a Manaus com pouco dinheiro, resolver problemas pessoais e da igreja. No retorno, não havia recursos suficientes para custear as duas passagens e resolveram pedir carona até Presidente Figueiredo. Como ninguém atendeu aos apelos, resolveram caminhar até essa cidade. " Em presidente Figueiredo também não conseguimos carona e seguimos o caminho", relata.
Eles chegaram na reserva às 2h da madrugada de segunda-feira. Às 6h um indígena prometeu que um carro da comunidade os levaria até o Jundiá, mas uma hora depois, o motorista do veículo identificado com a logomarca da Funai e da Eletronorte - que mantém um programa de assistência aos Waimiri-Atroari - negou-se a fazer o transporte, apesar do pedido dos indígenas, que foram até a beira da estrada pedir carona para os carros que estavam passando.
"Nós ficamos na beira da estrada das 7h às 15h. Eles nos deram almoço e foram bastante diplomáticos", conta o padre.
A situação se agravou por volta das 15h, quando um grupo de indígenas composto principalmente por menores se aproximou e ordenou que os dois deixassem o local, pois estavam dentro de suas terras.
Júnior da Vanda disse que ao argumentar que a faixa de servidão da rodovia não pertencia à reserva foi ameaçado por um adolescente. Eles contam que outro menor, de cerca de doze anos, puxou uma faca e partiu para atingir o padre Antônio Carlos. "Ele só não me atingiu porque outro índio ordenou na língua deles que ele parasse", relatou.
De acordo com Júnior da Vanda, a ação hostil estava sendo orientada por outras pessoas por meio de rádio. Como a situação já estava tensa, os funcionários da Funai acharam por bem levá-los até Jundiá, onde conseguiram carona até Rorainópolis e depois para Boa Vista.
Estarrecidos com a situação, os dois procuraram a redação da Folha para chamar a atenção das autoridades locais sobre os abusos que sofreram. "O decreto 97.837/89, que homologou a reserva exclui a faixa de servidão da BR 174. Ou seja, os índios não podem impedir a passagem das pessoas pela rodovia", afirmou.
Por causa do feriado de ontem, a Folha não conseguiu contato com a Funai.
O caso foi denunciado à chancelaria da Igreja, no Rio de Janeiro, e à organização não-governamental Direitos Internacionais. O Padre Antônio Carlos também vai protocolar denúncia contra os índios e contra a Funai (Fundação Nacional do Índio) no Ministério Público Federal, na Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e na própria Funai.
Ele conta que a arbitrariedade sofrida dentro da reserva apenas agravou o sofrimento dos dois, que vieram a pé de Manaus (AM) até o início da reserva, num percurso de 166 quilômetros. "Andamos três dias a pé, de sexta-feira passada até segunda-feira, sem que ninguém aceitasse nosso pedido de carona", lamentou.
Júnior da Vanda disse que ele e o padre foram a Manaus com pouco dinheiro, resolver problemas pessoais e da igreja. No retorno, não havia recursos suficientes para custear as duas passagens e resolveram pedir carona até Presidente Figueiredo. Como ninguém atendeu aos apelos, resolveram caminhar até essa cidade. " Em presidente Figueiredo também não conseguimos carona e seguimos o caminho", relata.
Eles chegaram na reserva às 2h da madrugada de segunda-feira. Às 6h um indígena prometeu que um carro da comunidade os levaria até o Jundiá, mas uma hora depois, o motorista do veículo identificado com a logomarca da Funai e da Eletronorte - que mantém um programa de assistência aos Waimiri-Atroari - negou-se a fazer o transporte, apesar do pedido dos indígenas, que foram até a beira da estrada pedir carona para os carros que estavam passando.
"Nós ficamos na beira da estrada das 7h às 15h. Eles nos deram almoço e foram bastante diplomáticos", conta o padre.
A situação se agravou por volta das 15h, quando um grupo de indígenas composto principalmente por menores se aproximou e ordenou que os dois deixassem o local, pois estavam dentro de suas terras.
Júnior da Vanda disse que ao argumentar que a faixa de servidão da rodovia não pertencia à reserva foi ameaçado por um adolescente. Eles contam que outro menor, de cerca de doze anos, puxou uma faca e partiu para atingir o padre Antônio Carlos. "Ele só não me atingiu porque outro índio ordenou na língua deles que ele parasse", relatou.
De acordo com Júnior da Vanda, a ação hostil estava sendo orientada por outras pessoas por meio de rádio. Como a situação já estava tensa, os funcionários da Funai acharam por bem levá-los até Jundiá, onde conseguiram carona até Rorainópolis e depois para Boa Vista.
Estarrecidos com a situação, os dois procuraram a redação da Folha para chamar a atenção das autoridades locais sobre os abusos que sofreram. "O decreto 97.837/89, que homologou a reserva exclui a faixa de servidão da BR 174. Ou seja, os índios não podem impedir a passagem das pessoas pela rodovia", afirmou.
Por causa do feriado de ontem, a Folha não conseguiu contato com a Funai.
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