De Povos Indígenas no Brasil
News
Aleitamento materno ajuda a combater mortalidade infantil indígena
03/08/2015
Fonte: Rádio Nacional da Amazônia/EBC - www.radios.ebc.com.br
"Quando a bebê está mamando, a gente se sente tranquila mesmo, porque ela está se alimentando, né?". Relerenciana de Souza, indígena do povo Macuxi, de Roraima, sabe bem o que é mais adequado para a filha. O leite materno é o melhor alimento que ela poderia oferecer para sua criança, de apenas nove meses. É gratuito, forte e com anticorpos para proteção contra diversas doenças.
O manual sobre a saúde da criança indígena, disponibilizado há pouco mais de dez anos pela Fundação Nacional de Saúde, reforça que o aleitamento materno exclusivo é muito eficaz na prevenção de doenças respiratórias e diarréicas. Essas enfermidades são as principais causas de mortalidade infantil indígena.
O documento também aponta que a maioria das índias não apresenta dificuldade para amamentar, dado que é reforçado pelo médico Nilson Massakazu, que trabalha com medicina de família e comunidade no Amazonas. Para ele, as populações indígenas ribeirinhas e rurais têm a prática do aleitamento mais enraizado que as populações urbanas.
"A população indígena, tradicionalmente, ela tem a amamentação como algo bem mais forte do que a gente aqui da área urbana. Então, tradicionalmente, ela acaba amamentando a criança não só nos seis meses que hoje a gente recomenda, mas durante um tempo bem maior. A população acho que rural, em geral, a gente comparando com a população da cidade, acaba tendo essa prática muito mais arregada do que aqui na cidade".
Seguindo a tradição do povo Macuxi, em Roraima, Relerenciana pretende amamentar a filha até os dois anos de idade. Já no Mato Grosso, o filho de Cida Bororó mamou até os seis anos. A indígena ressalta que a mulher sabe a hora certa de alimentar o bebê.
"Tem mãe que vai para a roça e a criança fica na casa. Aí a gente está trabalhando de boa e o leite começa a sair sozinho, né? Aí já sabe que o neném está com fome. Aí volta, dá de mamar e realmente a gente já chega em casa e o neném já está chorando mesmo".
Mas, muitas mães indígenas e não indígenas ainda têm dúvidas quanto ao aleitamento correto. Inchaços e feridas nos seios às vezes desencorajam as mães a amamentar, como lembra Relerenciana.
"Tem mães que ficam com os seios tudo inchados assim, ponta vermelha, e não deixam a criança mamar. Aí dão mamadeira. Mesmo sendo ferido, ela tem que dar".
De acordo com a enfermeira especialista em saúde materna infantil, Auricleide Barros, a fala de Relerenciana de Souza está correta. Dar o peito é sim o melhor remédio.
"Ela não pode interromper e, na verdade, o que ela pode estar fazendo? Quando ela termina a mamada, ela pode pegar esse leite, esse próprio leite, e passar no bico do seio que fica rachado. Não se recomenda cremes ou pomadas. O correto seria passar o próprio leite no bico do seio e promover a pega correta. Se ela promover a pega correta da aréola toda, as dores vão diminuir".
E para incentivar a amamentação, mães e profissionais de saúde concordam em mais um ponto: além dos nutrientes e da proteção contra doenças, o aleitamento é um ato de amor, pois fortalece o vínculo entre mãe e filho por toda a vida.
http://radios.ebc.com.br/jornal-da-amazonia-1a-edicao/edicao/2015-08/aleitamento-materno-ajuda-combater-mortalidade-infantil
O manual sobre a saúde da criança indígena, disponibilizado há pouco mais de dez anos pela Fundação Nacional de Saúde, reforça que o aleitamento materno exclusivo é muito eficaz na prevenção de doenças respiratórias e diarréicas. Essas enfermidades são as principais causas de mortalidade infantil indígena.
O documento também aponta que a maioria das índias não apresenta dificuldade para amamentar, dado que é reforçado pelo médico Nilson Massakazu, que trabalha com medicina de família e comunidade no Amazonas. Para ele, as populações indígenas ribeirinhas e rurais têm a prática do aleitamento mais enraizado que as populações urbanas.
"A população indígena, tradicionalmente, ela tem a amamentação como algo bem mais forte do que a gente aqui da área urbana. Então, tradicionalmente, ela acaba amamentando a criança não só nos seis meses que hoje a gente recomenda, mas durante um tempo bem maior. A população acho que rural, em geral, a gente comparando com a população da cidade, acaba tendo essa prática muito mais arregada do que aqui na cidade".
Seguindo a tradição do povo Macuxi, em Roraima, Relerenciana pretende amamentar a filha até os dois anos de idade. Já no Mato Grosso, o filho de Cida Bororó mamou até os seis anos. A indígena ressalta que a mulher sabe a hora certa de alimentar o bebê.
"Tem mãe que vai para a roça e a criança fica na casa. Aí a gente está trabalhando de boa e o leite começa a sair sozinho, né? Aí já sabe que o neném está com fome. Aí volta, dá de mamar e realmente a gente já chega em casa e o neném já está chorando mesmo".
Mas, muitas mães indígenas e não indígenas ainda têm dúvidas quanto ao aleitamento correto. Inchaços e feridas nos seios às vezes desencorajam as mães a amamentar, como lembra Relerenciana.
"Tem mães que ficam com os seios tudo inchados assim, ponta vermelha, e não deixam a criança mamar. Aí dão mamadeira. Mesmo sendo ferido, ela tem que dar".
De acordo com a enfermeira especialista em saúde materna infantil, Auricleide Barros, a fala de Relerenciana de Souza está correta. Dar o peito é sim o melhor remédio.
"Ela não pode interromper e, na verdade, o que ela pode estar fazendo? Quando ela termina a mamada, ela pode pegar esse leite, esse próprio leite, e passar no bico do seio que fica rachado. Não se recomenda cremes ou pomadas. O correto seria passar o próprio leite no bico do seio e promover a pega correta. Se ela promover a pega correta da aréola toda, as dores vão diminuir".
E para incentivar a amamentação, mães e profissionais de saúde concordam em mais um ponto: além dos nutrientes e da proteção contra doenças, o aleitamento é um ato de amor, pois fortalece o vínculo entre mãe e filho por toda a vida.
http://radios.ebc.com.br/jornal-da-amazonia-1a-edicao/edicao/2015-08/aleitamento-materno-ajuda-combater-mortalidade-infantil
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source