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Curso de licenciatura intercultural indígena fortalece comunidades
20/04/2016
Fonte: Portal Brasil - http://www.brasil.gov.br
As aulas da segunda turma do curso de licenciatura intercultural indígena do Sul da Mata Atlântica começa na próxima segunda-feira (25). A graduação está ligada ao Centro de Filosofia e Ciência Humanas do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mas recebe alunos dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Espirito Santo.
"Essas graduações que estão abrindo nas universidades voltadas para os povos indígenas são importantes porque é dessa maneira que nós vamos conseguir continuar mantendo nossa língua, cultura e costumes tradicionais", afirma Ana Roberta Uglo Patt, da etnia iaclano/xoclegue, de Santa Catarina. Formada na primeira turma do curso, Ana Roberta inicia agora um mestrado em antropologia social.
Em um esquema pedagógico de alternância, o curso tem duração de quatro anos, sendo que os alunos indígenas passam tempos nas comunidades e tempos nas universidades. A primeira turma, com 87 alunos, formou-se no final de 2015. O curso é custeado pelo Ministério da Educação, por meio do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind) com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai).
A coordenadora do curso, professora Antonella Tassinari, explica que, para ingressar na graduação, os alunos passam por um vestibular diferenciado, com conteúdos específicos e a redação escrita na língua indígena materna. "Além do vestibular diferenciado e toda a documentação habitual que as universidades pedem para fazer a matricula, o aluno indígena precisa apresentar também um documento das lideranças indígenas atestando que ele é pertencente a esse povo."
Os cursos de licenciatura indígena ofertados pelas universidades públicas, além de distintos entre si, respeitam as diferenças interculturais e territoriais de cada etnia. Atualmente existem mais de 20 cursos de licenciatura indígena no País, exclusivo para essas populações.
O diálogo entre saberes tradicionais e os saberes das universidades na construção desse projeto político pedagógico foi destacado pela professora Maria Dorothéa Post Darella, que ministra a disciplina de gestão, controle e monitoramento em área indígena.
"Trabalhamos com mapas, com imagens de satélite, com informações dos alunos sobre suas terras indígenas e aldeias, para que esses alunos, conseguintes professores nas escolas indígenas, possam repassar e colher mais informações para um entendimento completo sobre as terras indígenas e evidentemente os processos demarcatórios", afirma a professora.
Fortalecimento
Na infância, Ana Roberta Uglo Patt, 24 anos, não estudou em uma escola indígena, como ocorre hoje com a maioria das crianças indígenas do País. Segundo ela, apenas conhecimentos básicos eram ensinados.
"Agora é diferente. Agora temos escolas indígenas dentro de terras indígenas, com professores formados, capacitados para dar aulas para indígenas. Isso é bastante para fortalecer o nosso povo", comentou a futura professora.
Para ela, a licenciatura trouxe conhecimento para o povo fortalecer ainda mais o movimento indígena e revitalizar a sua cultura. "As crianças, os jovens não tinham tanto interesse porque eles achavam que aquilo não teria utilidade para eles futuramente. Hoje acredito que eles estão cientes do valor e de que é fundamental esse retorno para as aldeias", acrescentou.
http://www.brasil.gov.br/educacao/2016/04/curso-de-licenciatura-intercultural-indigena-fortalece-comunidades
"Essas graduações que estão abrindo nas universidades voltadas para os povos indígenas são importantes porque é dessa maneira que nós vamos conseguir continuar mantendo nossa língua, cultura e costumes tradicionais", afirma Ana Roberta Uglo Patt, da etnia iaclano/xoclegue, de Santa Catarina. Formada na primeira turma do curso, Ana Roberta inicia agora um mestrado em antropologia social.
Em um esquema pedagógico de alternância, o curso tem duração de quatro anos, sendo que os alunos indígenas passam tempos nas comunidades e tempos nas universidades. A primeira turma, com 87 alunos, formou-se no final de 2015. O curso é custeado pelo Ministério da Educação, por meio do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind) com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai).
A coordenadora do curso, professora Antonella Tassinari, explica que, para ingressar na graduação, os alunos passam por um vestibular diferenciado, com conteúdos específicos e a redação escrita na língua indígena materna. "Além do vestibular diferenciado e toda a documentação habitual que as universidades pedem para fazer a matricula, o aluno indígena precisa apresentar também um documento das lideranças indígenas atestando que ele é pertencente a esse povo."
Os cursos de licenciatura indígena ofertados pelas universidades públicas, além de distintos entre si, respeitam as diferenças interculturais e territoriais de cada etnia. Atualmente existem mais de 20 cursos de licenciatura indígena no País, exclusivo para essas populações.
O diálogo entre saberes tradicionais e os saberes das universidades na construção desse projeto político pedagógico foi destacado pela professora Maria Dorothéa Post Darella, que ministra a disciplina de gestão, controle e monitoramento em área indígena.
"Trabalhamos com mapas, com imagens de satélite, com informações dos alunos sobre suas terras indígenas e aldeias, para que esses alunos, conseguintes professores nas escolas indígenas, possam repassar e colher mais informações para um entendimento completo sobre as terras indígenas e evidentemente os processos demarcatórios", afirma a professora.
Fortalecimento
Na infância, Ana Roberta Uglo Patt, 24 anos, não estudou em uma escola indígena, como ocorre hoje com a maioria das crianças indígenas do País. Segundo ela, apenas conhecimentos básicos eram ensinados.
"Agora é diferente. Agora temos escolas indígenas dentro de terras indígenas, com professores formados, capacitados para dar aulas para indígenas. Isso é bastante para fortalecer o nosso povo", comentou a futura professora.
Para ela, a licenciatura trouxe conhecimento para o povo fortalecer ainda mais o movimento indígena e revitalizar a sua cultura. "As crianças, os jovens não tinham tanto interesse porque eles achavam que aquilo não teria utilidade para eles futuramente. Hoje acredito que eles estão cientes do valor e de que é fundamental esse retorno para as aldeias", acrescentou.
http://www.brasil.gov.br/educacao/2016/04/curso-de-licenciatura-intercultural-indigena-fortalece-comunidades
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