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Lanças e flechas bloqueiam distrito em ocupação de índios por saúde

19/10/2016

Fonte: G1- http://g1.globo.com



Grupos indígenas instalados desde terça-feira (18) no prédio do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei), na Zona Sul de Macapá, dizem que a ocupação para cobrar melhorias na assistência à saúde será por tempo indeterminado. O índios são de dez aldeias de Pedra Branca do Amapari e Oiapoque. Eles exigem também a saída da atual gestão do órgão.

Vanderbilde Marques, diretora do Dsei, disse que uma reunião com a Fundação Nacional do Índio (Funai) será realizada ainda nesta quarta-feira (19), para definir uma estratégia de negociação com os indígenas.

Na manhã desta quarta, eles bloquearam a entrada do prédio com lanças, flechas e pedaços de madeira. A ocupação do Dsei em Macapá estaria sendo liderada pela Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará, entidade que auxilia na alimentação e transporte dos indígenas.

"Estamos direto aqui para pedir que a atual gestão seja substituída e vamos fazer o movimento por tempo indeterminado, até que a diretora seja exonerada. A saúde está precária, nosso transporte, em muitas aldeias, acontece somente de forma aérea e isso não está funcionando. Faltam remédios e profissionais. Queremos que isso mude", reclamou um dos líderes do movimento Celestino Caxuiana.

Na terça-feira, a diretora do Dsei informou que a pasta segue orientações da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, para prestar a assistência. Vanderbilde disse que registrou um boletim de ocorrência na Polícia Federal denunciado a invasão dos indígenas. Segundo ela, um pedido de reintegração de posse será protocolado nesta quarta-feira no Ministério Público Federal (MPF).

"Chamamos a liderança para conversar, mas eles deixaram claro que não queriam. Sobre a questão de falta de medicamentos e profissionais, isso não procede. Registrei o boletim na polícia porque não posso colocar em risco a segurança dos funcionários. Trabalhamos com saúde e esse serviço não pode parar", falou, na terça-feira.

De acordo com as comunidades indígenas, as aldeias enfrentam dificuldades para receber medicamentos, e, em muitos casos, consultas deixaram de ser feitas por falta de profissionais de saúde. Os índios reclamam ainda da falta de transportes aéreo e terrestre disponíveis para atendimento médico na capital.

Segundo o Dsei, há oferta de transportes aéreos e terrestres para os indígenas. A Sesai confirmou em setembro ao Ministério Público Federal que está elaborando um edital para contratação imediata de profissionais de saúde indígena para atuação no Amapá a partir de 2017.

A decisão ocorre porque o contrato com a União de 205 profissionais, que estão atualmente nas aldeias, encerra em dezembro de 2016 e, por lei, não podem ser renovados.



http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2016/10/lancas-e-flechas-bloqueiam-distrito-em-ocupacao-de-indios-por-saude.html
 

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