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Cultura indígena valorizada em Itaipuçu

26/05/2017

Fonte: O São Gonçalo osaogoncalo.com.br



Os integrantes da aldeia TekoaKa' AguyOvy Porã - cerca de 30 famílias num total de 65 pessoas -, chegaram a Maricá em 19 de abril de 2013. Oriundos da aldeia Semente, na Praia de Camboinhas (Região Oceânica de Niterói), após sete anos foram pressionados a deixar o local devido a pressões da especulação imobiliária. Numa dessas tentativas, um atentado destruiu totalmente a aldeia. Maricá, então, abraçou os índios valorizando a cultura indígena.
A aldeia está localizada numa região de 93 hectares, entre São José do Imbassaí e Itaipuaçu escolhida pelos próprios membros da aldeia onde construíram suas ocas feitas com argila, bambu e palha e com chuveiros aquecidos com energia solar. O local é ponto de visitação para turistas e os próprios maricaenses que desejam conhecer um pouco da cultura e suas comidas típicas.
Este ano, em abril, enquanto o Brasil comemorava o Dia do Índio, os integrantes da TekoaKa' AguyOvy Porã realizam a II Jornada Esportiva Cultural Indígena. O cacique Darci Tupã fala da importância da data para o seu povo.
"O dia é marcante, simboliza todo o sofrimento por onde o índio passa. Pra mim, simboliza coisa boa porque a aldeia de Maricá faz quatro anos de retorno à sua terra sagrada. Então, simboliza uma caminhada linda numa parceria linda com os moradores que nos receberam muito bem", concluiu.
Os guaranis são de um tronco que originalmente habitava uma extensa região de planícies litorâneas entre o Rio e as cidades do Leste Fluminense. No caso de Maricá, a presença era maior em função também do complexo lagunar, rico em pescado. Muitos dos nomes de lugares da cidade, como Araçatiba e Jacaroá, são herança dessa ocupação.
Embora vivam numa área privada, onde realizam o plantio, os índios recebem do poder público todos os serviços básicos para sua sobrevivência, como acompanhamento de saúde; educação e serviços sociais. A Prefeitura instalou uma escola bilíngue na aldeia, com professores que ensinam aos curumins em português e guarani, sem necessidade de sair aldeia. Eles também fazem parte do programa Renda Mínima Mumbuca, um sistema de moeda social com cartão de débito implantado com pioneirismo em Maricá e comercializam seus artesanatos.
A aldeia recebe visitas regularmente de escolas municipais e particulares, ativistas e visitantes. Em ocasiões especiais, como na última Jornada Esportiva Cultural Indígena, os indígenas ofereceram não só uma rica variedade de artesanato (próprio da aldeia ou produzidos por algumas das 16 tribos participantes do encontro), como pratos típicos como o beiju de tapioca.
Quem mora ou visita a cidade tem a oportunidade de vivenciar um pouquinho da cultura indígena presente no município.


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