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Área disputada por indígenas e empresa Agropalma é palco de conflito violento no Pará
22/08/2024
Autor: Taymã Carneiro
Fonte: G1 - https://g1.globo.com/
Área disputada por indígenas e empresa Agropalma é palco de conflito violento no Pará
Grupo da etnia Turiwara ocupou área controlada pela empresa, onde antes havia uma aldeia, e que está sendo reivindicada pela comunidade tradicional na Justiça. MPF disse que acompanha o caso.
Indígenas da etnia Turiwara ocupam, desde segunda-feira (19), uma área de plantação de dendê, controlada atualmente pela empresa Agropalma e que está em disputa na Justiça, em Tailândia, no nordeste do estado.
A comunidade tradicional reivindica o território enquanto a empresa explora óleo de palma na região.
A área ocupada fica localizada onde antes havia nas proximidades a aldeia Itapeua, na margem direita do rio Acará.
Nesta quinta-feira (22) seguranças privados da empresa entraram em conflito com o grupo de cerca de 40 indígenas, incluindo idosos e crianças, que estão ocupando a área.
Um vídeo, gravado com celular por um indígena, mostra os seguranças utilizando bombas de gás lacrimogêneo contra o grupo - assista abaixo:
Em nota, a Polícia Civil disse que, até esta tarde, o caso ainda não havia sido registrado na delegacia.
Segundo os indígenas, a unidade policial mais próxima fica a 80 quilômetros do local do acampamento. Eles afirmam, ainda, que "estão encurralados pela empresa dentro da mata".
Ouvida pelo g1, a cacica Hilda Turiwara afirma que os mantimentos dos indígenas foram deixados nas margens do rio, e foram levados por "um pessoal da voadeira" - tipo de pequena embarcação bastante comum na Amazônia.
"Eles (os seguranças) jogaram bala, tem criança atingida e eles estão na área, bloqueando o nosso acesso ao rio. Estamos aqui dentro da mata esperando que a Justiça chegue, mas a Justiça está demorando muito a nos enxergar".
O Ministério Público Federal (MPF) informou que está tomando providências e que as informará "assim que tiverem concluídas".
O g1 também procurou a Polícia Militar e a Secretaria de Estado de Povos Indígenas (Sepi), mas ainda não havia obtido resposta até a última atualização da reportagem.
A região tem histórico de conflito territorial entre comunidade tradicionais e a empresa do ramo de óleo de palma e é chamado de guerra do dendê.
Na última ocupação dos Turiwara na região, um indígena da etnia foi morto e outras duas pessoas ficaram feridas.
Um inquérito foi instaurado pela Polícia Federal para investigar o caso, ocorrido em novembro de 2023. À época, os indígenas e a empresa já alegavam terem direito à propriedade no local.
O que diz a empresa
Segundo a Agropalma, inicialmente um grupo de cerca de 25 pessoas entraram na área localizada no município de Tailândia. A empresa disse que a comunidade promoveu barricadas com árvores nativas derrubadas.
A Agropalma disse, ainda, que nesta quinta-feira o grupo "começou a tentar ampliar a área" ocupada e "foi contido pela segurança patrimonial da empresa".
"O intuito da companhia foi o de proteger mais de 700 funcionários que ali se encontram, pois se trata de área de plantio e de atividade de trabalho destes colaboradores. Além da área de produção, também foram afetadas áreas de reserva florestal, que a Agropalma tem o dever legal de proteger. Não houve uso de balas de festim, borracha, ou de qualquer tipo de arma de fogo nesta atividade", afirma.
Ainda, em nota, a Agropalma disse que "está tomando as medidas judiciais cabíveis para proteger a posse e aguarda decisão quanto aos pleitos de reintegração e retirada" dos indígenas.
https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2024/08/22/area-disputada-por-indigenas-e-empresa-agropalma-e-palco-de-conflito-violento-no-para.ghtml
Grupo da etnia Turiwara ocupou área controlada pela empresa, onde antes havia uma aldeia, e que está sendo reivindicada pela comunidade tradicional na Justiça. MPF disse que acompanha o caso.
Indígenas da etnia Turiwara ocupam, desde segunda-feira (19), uma área de plantação de dendê, controlada atualmente pela empresa Agropalma e que está em disputa na Justiça, em Tailândia, no nordeste do estado.
A comunidade tradicional reivindica o território enquanto a empresa explora óleo de palma na região.
A área ocupada fica localizada onde antes havia nas proximidades a aldeia Itapeua, na margem direita do rio Acará.
Nesta quinta-feira (22) seguranças privados da empresa entraram em conflito com o grupo de cerca de 40 indígenas, incluindo idosos e crianças, que estão ocupando a área.
Um vídeo, gravado com celular por um indígena, mostra os seguranças utilizando bombas de gás lacrimogêneo contra o grupo - assista abaixo:
Em nota, a Polícia Civil disse que, até esta tarde, o caso ainda não havia sido registrado na delegacia.
Segundo os indígenas, a unidade policial mais próxima fica a 80 quilômetros do local do acampamento. Eles afirmam, ainda, que "estão encurralados pela empresa dentro da mata".
Ouvida pelo g1, a cacica Hilda Turiwara afirma que os mantimentos dos indígenas foram deixados nas margens do rio, e foram levados por "um pessoal da voadeira" - tipo de pequena embarcação bastante comum na Amazônia.
"Eles (os seguranças) jogaram bala, tem criança atingida e eles estão na área, bloqueando o nosso acesso ao rio. Estamos aqui dentro da mata esperando que a Justiça chegue, mas a Justiça está demorando muito a nos enxergar".
O Ministério Público Federal (MPF) informou que está tomando providências e que as informará "assim que tiverem concluídas".
O g1 também procurou a Polícia Militar e a Secretaria de Estado de Povos Indígenas (Sepi), mas ainda não havia obtido resposta até a última atualização da reportagem.
A região tem histórico de conflito territorial entre comunidade tradicionais e a empresa do ramo de óleo de palma e é chamado de guerra do dendê.
Na última ocupação dos Turiwara na região, um indígena da etnia foi morto e outras duas pessoas ficaram feridas.
Um inquérito foi instaurado pela Polícia Federal para investigar o caso, ocorrido em novembro de 2023. À época, os indígenas e a empresa já alegavam terem direito à propriedade no local.
O que diz a empresa
Segundo a Agropalma, inicialmente um grupo de cerca de 25 pessoas entraram na área localizada no município de Tailândia. A empresa disse que a comunidade promoveu barricadas com árvores nativas derrubadas.
A Agropalma disse, ainda, que nesta quinta-feira o grupo "começou a tentar ampliar a área" ocupada e "foi contido pela segurança patrimonial da empresa".
"O intuito da companhia foi o de proteger mais de 700 funcionários que ali se encontram, pois se trata de área de plantio e de atividade de trabalho destes colaboradores. Além da área de produção, também foram afetadas áreas de reserva florestal, que a Agropalma tem o dever legal de proteger. Não houve uso de balas de festim, borracha, ou de qualquer tipo de arma de fogo nesta atividade", afirma.
Ainda, em nota, a Agropalma disse que "está tomando as medidas judiciais cabíveis para proteger a posse e aguarda decisão quanto aos pleitos de reintegração e retirada" dos indígenas.
https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2024/08/22/area-disputada-por-indigenas-e-empresa-agropalma-e-palco-de-conflito-violento-no-para.ghtml
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