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De olho na COP30, evento em Brasília alerta sobre riscos de gases 'superpoluentes'
18/03/2025
Fonte: Valor Econômico - https://valor.globo.com/
De olho na COP30, evento em Brasília alerta sobre riscos de gases 'superpoluentes'
Conferência traz ao país representantes de mais de 200 governos, organizações internacionais e especialistas e busca impulsionar agenda sobre o tema
Fabio Murakawa
18/03/2025
O Brasil recebe nesta semana a Conferência sobre Clima e Ar Limpo 2025, que tenta dar ênfase à ação contra os chamados "superpoluentes". No momento em que as atenções do mundo estão majoritariamente voltadas para o dióxido de carbono, o combate a esses outros gases tóxicos é essencial para retardar o aquecimento global no curto prazo e reduzir impactos imediatos sobre a qualidade do ar e a saúde pública, segundo a organização do evento. Eles são responsáveis hoje por cerca de 50% do aquecimento global.
A conferência ocorre no âmbito da Coalizão Clima e Ar Limpo (CCAC), copresidida por Brasil e Reino Unido. Ela trará ao país representantes de mais de 200 governos, organizações internacionais e especialistas para debater soluções para a redução dos superpoluentes e sua integração nos planos climáticos nacionais.
O evento também servirá como plataforma para impulsionar a agenda dos superpoluentes na COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém. O objetivo é garantir que as metas de redução desses poluentes sejam integradas nos compromissos climáticos globais, como as novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que os países devem apresentar ainda este ano.
Entre os principais superpoluentes, estão o metano, o carbono negro, os hidrofluorcarbonetos (HFCs) e o óxido nitroso. Eles têm um impacto significativo no aquecimento global a curto prazo, com o metano sendo dezenas de vezes mais potente que o dióxido de carbono na retenção de calor ao longo de 20 anos.
A eliminação dos gases de efeito estufa e a transição para uma economia de baixo carbono são os eixos centrais das negociações climáticas internacionais. O Acordo de Paris, adotado em 2015, estabelece a meta de limitar o aquecimento global a 1,5oC acima dos níveis pré-industriais, exigindo uma drástica redução das emissões globais até 2050.
Nesse contexto, os superpoluentes desempenham um papel crítico. Embora tenham um tempo de vida mais curto na atmosfera do que o CO2 seu impacto imediato no aquecimento global é muito maior. A redução desses poluentes pode evitar até 0,6oC de aquecimento até meados do século, além de trazer benefícios diretos para a qualidade do ar e a saúde pública.
"Os superpoluentes são responsáveis por metade do aquecimento atual. Reduzir esses poluentes oferece uma oportunidade imediata para combater as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade do ar e a saúde pública", afirma Martina Otto, chefe do Secretariado da CCAC.
A redução das emissões de superpoluentes exige ações coordenadas em setores estratégicos, como energia, transportes, agricultura e gestão de resíduos.
As principais iniciativas incluem a redução das emissões de metano na produção e transporte de combustíveis fósseis, no setor agropecuário e na gestão de resíduos orgânicos e a adoção de tecnologias mais limpas para transporte. Essas tecnologias incluem a eliminação gradual do diesel e a implantação de padrões de emissões mais rigorosos, o uso de alternativas aos HFCs em sistemas de refrigeração e ar-condicionado. Além disso, podem ser adotadas medidas para diminuir a queima de biomassa e combustíveis fósseis, fontes do carbono negro.
Já o óxido nitroso (N2 O) é um dos superpoluentes mais impactantes no aquecimento global, sendo atualmente o principal responsável pela destruição da camada de ozônio. Suas principais fontes de emissão são a agricultura, especialmente o uso de fertilizantes nitrogenados, a pecuária, processos industriais e a queima de combustíveis fósseis. A redução dessas emissões é essencial para mitigar os impactos climáticos e proteger a atmosfera.
Os superpoluentes são responsáveis por metade do aquecimento atual"
- Martina Otto
"A ação imediata inclui detecção e reparo de vazamentos de metano, melhores práticas pecuárias, gerenciamento eficiente de resíduos orgânicos e a substituição de combustíveis fósseis por alternativas mais limpas", explicou Otto.
Entre as autoridades confirmadas, estão a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a diretora de Mudanças Climáticas Globais do Banco Mundial, Valerie Hickey, o representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) no Brasil, Alberto Pacheco Capella, e o diretor do Escritório de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Kaveh Zahedi.
A programação inclui painéis temáticos abordando estratégias setoriais, a necessidade de financiamento para mitigação de superpoluentes e a integração dessas ações nos compromissos climáticos globais. Nesta terça-feira, ocorre a plenária do evento.
A expectativa é que o evento contribua para consolidar compromissos políticos e mobilizar recursos financeiros para acelerar a implementação de medidas eficazes de redução de superpoluentes. Além disso, espera-se que a ela fortaleça a cooperação internacional para que os países incorporem estratégias eficazes de mitigação em suas NDCs e promovam soluções tecnológicas inovadoras.
A redução dos superpoluentes é vista como uma estratégia viável e de curto prazo para conter o aquecimento global enquanto se avança para metas mais amplas de descarbonização da economia. O evento na capital federal busca consolidar compromissos concretos entre os países e garantir que o tema seja uma prioridade na COP30, em novembro.
"Ao demonstrar soluções econômicas e escaláveis, a conferência reforçará a urgência da mitigação de superpoluentes, ao mesmo tempo em que fornecerá uma plataforma para engajamento de alto nível que aumenta a ambição, garantindo que as reduções de superpoluentes sejam priorizadas nas negociações climáticas", concluiu Otto.
https://valor.globo.com/brasil/noticia/2025/03/18/de-olho-na-cop30-evento-em-brasilia-alerta-sobre-riscos-de-gases-superpoluentes.ghtml
Conferência traz ao país representantes de mais de 200 governos, organizações internacionais e especialistas e busca impulsionar agenda sobre o tema
Fabio Murakawa
18/03/2025
O Brasil recebe nesta semana a Conferência sobre Clima e Ar Limpo 2025, que tenta dar ênfase à ação contra os chamados "superpoluentes". No momento em que as atenções do mundo estão majoritariamente voltadas para o dióxido de carbono, o combate a esses outros gases tóxicos é essencial para retardar o aquecimento global no curto prazo e reduzir impactos imediatos sobre a qualidade do ar e a saúde pública, segundo a organização do evento. Eles são responsáveis hoje por cerca de 50% do aquecimento global.
A conferência ocorre no âmbito da Coalizão Clima e Ar Limpo (CCAC), copresidida por Brasil e Reino Unido. Ela trará ao país representantes de mais de 200 governos, organizações internacionais e especialistas para debater soluções para a redução dos superpoluentes e sua integração nos planos climáticos nacionais.
O evento também servirá como plataforma para impulsionar a agenda dos superpoluentes na COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém. O objetivo é garantir que as metas de redução desses poluentes sejam integradas nos compromissos climáticos globais, como as novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que os países devem apresentar ainda este ano.
Entre os principais superpoluentes, estão o metano, o carbono negro, os hidrofluorcarbonetos (HFCs) e o óxido nitroso. Eles têm um impacto significativo no aquecimento global a curto prazo, com o metano sendo dezenas de vezes mais potente que o dióxido de carbono na retenção de calor ao longo de 20 anos.
A eliminação dos gases de efeito estufa e a transição para uma economia de baixo carbono são os eixos centrais das negociações climáticas internacionais. O Acordo de Paris, adotado em 2015, estabelece a meta de limitar o aquecimento global a 1,5oC acima dos níveis pré-industriais, exigindo uma drástica redução das emissões globais até 2050.
Nesse contexto, os superpoluentes desempenham um papel crítico. Embora tenham um tempo de vida mais curto na atmosfera do que o CO2 seu impacto imediato no aquecimento global é muito maior. A redução desses poluentes pode evitar até 0,6oC de aquecimento até meados do século, além de trazer benefícios diretos para a qualidade do ar e a saúde pública.
"Os superpoluentes são responsáveis por metade do aquecimento atual. Reduzir esses poluentes oferece uma oportunidade imediata para combater as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade do ar e a saúde pública", afirma Martina Otto, chefe do Secretariado da CCAC.
A redução das emissões de superpoluentes exige ações coordenadas em setores estratégicos, como energia, transportes, agricultura e gestão de resíduos.
As principais iniciativas incluem a redução das emissões de metano na produção e transporte de combustíveis fósseis, no setor agropecuário e na gestão de resíduos orgânicos e a adoção de tecnologias mais limpas para transporte. Essas tecnologias incluem a eliminação gradual do diesel e a implantação de padrões de emissões mais rigorosos, o uso de alternativas aos HFCs em sistemas de refrigeração e ar-condicionado. Além disso, podem ser adotadas medidas para diminuir a queima de biomassa e combustíveis fósseis, fontes do carbono negro.
Já o óxido nitroso (N2 O) é um dos superpoluentes mais impactantes no aquecimento global, sendo atualmente o principal responsável pela destruição da camada de ozônio. Suas principais fontes de emissão são a agricultura, especialmente o uso de fertilizantes nitrogenados, a pecuária, processos industriais e a queima de combustíveis fósseis. A redução dessas emissões é essencial para mitigar os impactos climáticos e proteger a atmosfera.
Os superpoluentes são responsáveis por metade do aquecimento atual"
- Martina Otto
"A ação imediata inclui detecção e reparo de vazamentos de metano, melhores práticas pecuárias, gerenciamento eficiente de resíduos orgânicos e a substituição de combustíveis fósseis por alternativas mais limpas", explicou Otto.
Entre as autoridades confirmadas, estão a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a diretora de Mudanças Climáticas Globais do Banco Mundial, Valerie Hickey, o representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) no Brasil, Alberto Pacheco Capella, e o diretor do Escritório de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Kaveh Zahedi.
A programação inclui painéis temáticos abordando estratégias setoriais, a necessidade de financiamento para mitigação de superpoluentes e a integração dessas ações nos compromissos climáticos globais. Nesta terça-feira, ocorre a plenária do evento.
A expectativa é que o evento contribua para consolidar compromissos políticos e mobilizar recursos financeiros para acelerar a implementação de medidas eficazes de redução de superpoluentes. Além disso, espera-se que a ela fortaleça a cooperação internacional para que os países incorporem estratégias eficazes de mitigação em suas NDCs e promovam soluções tecnológicas inovadoras.
A redução dos superpoluentes é vista como uma estratégia viável e de curto prazo para conter o aquecimento global enquanto se avança para metas mais amplas de descarbonização da economia. O evento na capital federal busca consolidar compromissos concretos entre os países e garantir que o tema seja uma prioridade na COP30, em novembro.
"Ao demonstrar soluções econômicas e escaláveis, a conferência reforçará a urgência da mitigação de superpoluentes, ao mesmo tempo em que fornecerá uma plataforma para engajamento de alto nível que aumenta a ambição, garantindo que as reduções de superpoluentes sejam priorizadas nas negociações climáticas", concluiu Otto.
https://valor.globo.com/brasil/noticia/2025/03/18/de-olho-na-cop30-evento-em-brasilia-alerta-sobre-riscos-de-gases-superpoluentes.ghtml
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