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Megaleilão de petróleo pode levar à emissão de 11 bilhões de toneladas de carbono, aponta estudo
12/06/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Megaleilão de petróleo pode levar à emissão de 11 bilhões de toneladas de carbono, aponta estudo
Na próxima terça, 172 blocos, incluindo a margem equatorial, serão ofertados
Jorge Abreu
12/06/2025
O leilão de 172 blocos para exploração de petróleo e gás, incluindo áreas da margem equatorial, pode resultar na emissão de mais de 11 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e), conforme dados analisados pelo Instituto Climainfo.
O cálculo é baseado na expectativa do governo federal, que espera prospectar 24,2 bilhões de barris de combustíveis fósseis. A queima desse possível total emitiria mais gás de efeito estufa do que o agronegócio emitiu nos últimos seis anos (10,5 bilhões de tCO2e), ainda de acordo com a análise.
Em escala global, 11 bilhões de tCO2e representam 5% de tudo que a humanidade ainda pode emitir para manter o aquecimento global em 1,5oC, calcularam também os pesquisadores.
A ANP (Nacional do Petróleo) vai ofertar as licitações exploratórias no 5o Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, na próxima terça-feira (17). Segundo o órgão vinculado ao MME (Ministério de Minas e Energia), 12 empresas apresentaram interesse.
A sessão iniciará com a licitação dos blocos terrestres localizados nos dois setores da bacia dos Parecis. Em seguida, serão ofertados os blocos marítimos, nos 14 setores nas bacias Foz do Amazonas, Potiguar, Santos e Pelotas.
O leilão é criticado por ambientalistas. Em comunicado conjunto, ONGs afirmam que ampliar fronteiras de combustíveis fósseis "ameaça a credibilidade do país" na COP30, a conferência do clima das Nações Unidas, que será realizada no Pará em novembro.
"Precisamos de um acordo global para eliminação gradual dos combustíveis fósseis. Enquanto isso não acontece, as petroleiras não deveriam abrir mais poços de exploração de petróleo e gás", afirmou Carolina Marçal, coordenadora de projetos do ClimaInfo.
"E isso deve começar pela amazônia, que é uma área crítica para a biodiversidade e o clima global. Precisamos de liderança climática que vá além do discurso, e isso não acontecerá abrindo novas frentes de exploração", acrescentou.
O Brasil é um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Segundo o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), o país foi o oitavo maior produtor global em 2023. No ano passado, a Petrobras exportou mais da metade de sua produção.
Ana Toni, CEO da COP30, ressaltou, em entrevista à Folha no último dia 12, que nenhum país está fora de controvérsias quando o assunto é transição energética. Para ela, a conferência deixará um legado positivo ao Brasil, entre eles a visibilidade da amazônia e de sua população.
"A Noruega, por exemplo, tem nos apoiado no Fundo Amazônia. Esses recursos, infelizmente, estão vindo muito do petróleo. Isso não justifica explorar ou não explorar, mas a gente precisa é de um debate maduro sobre como vamos fazer a transição para o fim dos combustíveis fósseis", disse.
Na ocasião, Toni lamentou os ataques proferidos à ministra Marina Silva, na Comissão de Infraestrutura do Senado, quando foi convidada, no fim de maio, para explicar a criação de uma unidade de conservação marinha na margem equatorial, onde a Petrobras reivindica prospecção de petróleo.
A ministra informou aos senadores que a discussão em torno da criação da unidade de conservação se arrasta desde 2005 e não foi proposta para inviabilizar o empreendimento. Contudo, ela abandonou a comissão após bate-boca acalorado com senadores.
"Vocês notem que vai ter o leilão, já está estabelecido, de cerca de 47 [áreas exploratórias na Foz do Amazonas]. O que está lá é para prospecção, não é ainda exploração. É para verificar se tem petróleo, a qualidade do petróleo", declarou a ministra durante a comissão.
A autorização de órgãos ambientais para exploração de petróleo na Foz do Amazonas divide o governo Lula e é alvo de pressão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
No dia 19 de maio, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) informou que a estrutura de resgate à fauna construída pela empresa em Oiapoque (AP) foi aprovada -liberando, assim, a realização de um teste da perfuração.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/06/megaleilao-de-petroleo-pode-levar-a-emissao-de-11-bilhoes-de-toneladas-de-carbono-aponta-estudo.shtml
Na próxima terça, 172 blocos, incluindo a margem equatorial, serão ofertados
Jorge Abreu
12/06/2025
O leilão de 172 blocos para exploração de petróleo e gás, incluindo áreas da margem equatorial, pode resultar na emissão de mais de 11 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e), conforme dados analisados pelo Instituto Climainfo.
O cálculo é baseado na expectativa do governo federal, que espera prospectar 24,2 bilhões de barris de combustíveis fósseis. A queima desse possível total emitiria mais gás de efeito estufa do que o agronegócio emitiu nos últimos seis anos (10,5 bilhões de tCO2e), ainda de acordo com a análise.
Em escala global, 11 bilhões de tCO2e representam 5% de tudo que a humanidade ainda pode emitir para manter o aquecimento global em 1,5oC, calcularam também os pesquisadores.
A ANP (Nacional do Petróleo) vai ofertar as licitações exploratórias no 5o Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, na próxima terça-feira (17). Segundo o órgão vinculado ao MME (Ministério de Minas e Energia), 12 empresas apresentaram interesse.
A sessão iniciará com a licitação dos blocos terrestres localizados nos dois setores da bacia dos Parecis. Em seguida, serão ofertados os blocos marítimos, nos 14 setores nas bacias Foz do Amazonas, Potiguar, Santos e Pelotas.
O leilão é criticado por ambientalistas. Em comunicado conjunto, ONGs afirmam que ampliar fronteiras de combustíveis fósseis "ameaça a credibilidade do país" na COP30, a conferência do clima das Nações Unidas, que será realizada no Pará em novembro.
"Precisamos de um acordo global para eliminação gradual dos combustíveis fósseis. Enquanto isso não acontece, as petroleiras não deveriam abrir mais poços de exploração de petróleo e gás", afirmou Carolina Marçal, coordenadora de projetos do ClimaInfo.
"E isso deve começar pela amazônia, que é uma área crítica para a biodiversidade e o clima global. Precisamos de liderança climática que vá além do discurso, e isso não acontecerá abrindo novas frentes de exploração", acrescentou.
O Brasil é um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Segundo o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), o país foi o oitavo maior produtor global em 2023. No ano passado, a Petrobras exportou mais da metade de sua produção.
Ana Toni, CEO da COP30, ressaltou, em entrevista à Folha no último dia 12, que nenhum país está fora de controvérsias quando o assunto é transição energética. Para ela, a conferência deixará um legado positivo ao Brasil, entre eles a visibilidade da amazônia e de sua população.
"A Noruega, por exemplo, tem nos apoiado no Fundo Amazônia. Esses recursos, infelizmente, estão vindo muito do petróleo. Isso não justifica explorar ou não explorar, mas a gente precisa é de um debate maduro sobre como vamos fazer a transição para o fim dos combustíveis fósseis", disse.
Na ocasião, Toni lamentou os ataques proferidos à ministra Marina Silva, na Comissão de Infraestrutura do Senado, quando foi convidada, no fim de maio, para explicar a criação de uma unidade de conservação marinha na margem equatorial, onde a Petrobras reivindica prospecção de petróleo.
A ministra informou aos senadores que a discussão em torno da criação da unidade de conservação se arrasta desde 2005 e não foi proposta para inviabilizar o empreendimento. Contudo, ela abandonou a comissão após bate-boca acalorado com senadores.
"Vocês notem que vai ter o leilão, já está estabelecido, de cerca de 47 [áreas exploratórias na Foz do Amazonas]. O que está lá é para prospecção, não é ainda exploração. É para verificar se tem petróleo, a qualidade do petróleo", declarou a ministra durante a comissão.
A autorização de órgãos ambientais para exploração de petróleo na Foz do Amazonas divide o governo Lula e é alvo de pressão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
No dia 19 de maio, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) informou que a estrutura de resgate à fauna construída pela empresa em Oiapoque (AP) foi aprovada -liberando, assim, a realização de um teste da perfuração.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/06/megaleilao-de-petroleo-pode-levar-a-emissao-de-11-bilhoes-de-toneladas-de-carbono-aponta-estudo.shtml
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