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Povo Xakriabá fecha acesso a lixão dentro do seu território
20/08/2025
Autor: Por Assessoria de Comunicação do Cimi e Cimi Regional Leste
Fonte: Cimi - https://cimi.org.br
Na manhã desta quarta (20), o povo Xakriabá da aldeia Morro Vermelho, no município de São João das Missões, norte de Minas Gerais, fechou uma estrada que dá acesso a um lixão localizado dentro da delimitação da Terra Indígena (TI) Xakriabá. Os indígenas denunciam que o depósito irregular tem sido utilizado para descarte de animais mortos e tem provocado mau cheiro, infestação de moscas e riscos à saúde da comunidade.
Manoel Rodrigues de Barros Xakriabá, morador da aldeia, explica que o risco de doenças e de contaminação foram uma das razões para que a comunidade decidisse fechar o acesso ao lixão. "Moro aqui, a uns 150 metros, e o fedor do lixão vai todo para casa, com mosca e tudo. Não podemos fazer mais nada em casa, que as moscas não deixam", relata.
"Já vem uma demanda de vários anos, já entramos com várias ações contra o município e vários de seus gestores, já acionamos o Ministério Público, Polícia Militar, e ainda não foi resolvido", conta Marciel Nunes de Oliveira Xakriabá, liderança da aldeia Morro Vermelho. "Esse lixão está atingindo nossa comunidade, as pessoas que moram aqui próximas a esse lixão estão jogando animais mortos aqui. E o fedor, as moscas, estão atingindo nossa comunidade".
A postura da gestão municipal, responsável pelo lixão, tem provocado o aumento de conflitos entre o povo indígena e os não indígenas do município, com danos causados à saúde da comunidade indígena e ao meio ambiente no território.
"Isso aqui prejudica a saúde das pessoas. Foi feito um acordo para não jogar mais lixo, cachorro, cavalo, couro velho, buchada, e hoje estão jogando. Como esse lixão está dentro do território indígena Xakriabá, resolvemos fazer esse embate"
"Já passou da hora disso aqui ser isolado", reivindica a Gilson Gomes de Souza Xakriabá, também liderança. "Isso aqui prejudica a saúde das pessoas, tanto quem mora aqui perto, quanto quem mora longe também. Foi feito um acordo para não jogar mais lixo, cachorro, cavalo, couro velho, buchada, e hoje estão jogando. Como esse lixão está dentro do território indígena Xakriabá, resolvemos fazer esse embate".
Ainda nesta manhã, a Polícia Militar Ambiental já esteve na área. Lideranças também já informaram órgãos públicos sobre a ocupação. "Os órgãos já estão todos a par do que está acontecendo. Estamos querendo apoio", relata o cacique da aldeia Morro Vermelho, Santo Xakriabá. Ele afirma que a ocupação é definitiva e que o lixão "vai ficar fechado".
Luta por demarcação
A aldeia Morro Vermelho, que acolhe 65 famílias e em torno de 230 pessoas, é uma área de retomada desde o ano de 2006. Em 2025, a comunidade completa 19 anos de luta e resistência a várias violências, ameaças e criminalização. Graças a sua resistência na luta pela terra, o povo hoje tem espaço para suas roças, para criar seus animais e para suas moradias, além de ter conquistado também atendimento de educação e saúde.
A aldeia fica na TI Xakriabá, área de 43,3 mil hectares que foi oficialmente identificada e delimitada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2014. Desde então, o povo Xakriabá luta pela conclusão da demarcação, que já aguarda há mais de uma década por novos avanços.
Atualmente, o povo conta apenas com uma pequena área regularizada, com 6.798 hectares, também no município de São João Das Missões (MG). Além de deixar de fora a maior parte do território tradicionalmente ocupado pelo povo, a área é insuficiente para garantir a sobrevivência física e cultural das diversas comunidades Xakriabá.
O povo já realizou várias retomadas para garantir a posse de seu território, como no caso da aldeia Morro Vermelho, e realiza uma campanha pela conclusão da demarcação de sua terra, que vai até o rio São Francisco. O importante curso d'água é parte da história e da própria identidade Xakriabá, mas está atualmente fora do alcance do povo.
https://cimi.org.br/2025/08/povo-xakriaba-lixao/
Manoel Rodrigues de Barros Xakriabá, morador da aldeia, explica que o risco de doenças e de contaminação foram uma das razões para que a comunidade decidisse fechar o acesso ao lixão. "Moro aqui, a uns 150 metros, e o fedor do lixão vai todo para casa, com mosca e tudo. Não podemos fazer mais nada em casa, que as moscas não deixam", relata.
"Já vem uma demanda de vários anos, já entramos com várias ações contra o município e vários de seus gestores, já acionamos o Ministério Público, Polícia Militar, e ainda não foi resolvido", conta Marciel Nunes de Oliveira Xakriabá, liderança da aldeia Morro Vermelho. "Esse lixão está atingindo nossa comunidade, as pessoas que moram aqui próximas a esse lixão estão jogando animais mortos aqui. E o fedor, as moscas, estão atingindo nossa comunidade".
A postura da gestão municipal, responsável pelo lixão, tem provocado o aumento de conflitos entre o povo indígena e os não indígenas do município, com danos causados à saúde da comunidade indígena e ao meio ambiente no território.
"Isso aqui prejudica a saúde das pessoas. Foi feito um acordo para não jogar mais lixo, cachorro, cavalo, couro velho, buchada, e hoje estão jogando. Como esse lixão está dentro do território indígena Xakriabá, resolvemos fazer esse embate"
"Já passou da hora disso aqui ser isolado", reivindica a Gilson Gomes de Souza Xakriabá, também liderança. "Isso aqui prejudica a saúde das pessoas, tanto quem mora aqui perto, quanto quem mora longe também. Foi feito um acordo para não jogar mais lixo, cachorro, cavalo, couro velho, buchada, e hoje estão jogando. Como esse lixão está dentro do território indígena Xakriabá, resolvemos fazer esse embate".
Ainda nesta manhã, a Polícia Militar Ambiental já esteve na área. Lideranças também já informaram órgãos públicos sobre a ocupação. "Os órgãos já estão todos a par do que está acontecendo. Estamos querendo apoio", relata o cacique da aldeia Morro Vermelho, Santo Xakriabá. Ele afirma que a ocupação é definitiva e que o lixão "vai ficar fechado".
Luta por demarcação
A aldeia Morro Vermelho, que acolhe 65 famílias e em torno de 230 pessoas, é uma área de retomada desde o ano de 2006. Em 2025, a comunidade completa 19 anos de luta e resistência a várias violências, ameaças e criminalização. Graças a sua resistência na luta pela terra, o povo hoje tem espaço para suas roças, para criar seus animais e para suas moradias, além de ter conquistado também atendimento de educação e saúde.
A aldeia fica na TI Xakriabá, área de 43,3 mil hectares que foi oficialmente identificada e delimitada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2014. Desde então, o povo Xakriabá luta pela conclusão da demarcação, que já aguarda há mais de uma década por novos avanços.
Atualmente, o povo conta apenas com uma pequena área regularizada, com 6.798 hectares, também no município de São João Das Missões (MG). Além de deixar de fora a maior parte do território tradicionalmente ocupado pelo povo, a área é insuficiente para garantir a sobrevivência física e cultural das diversas comunidades Xakriabá.
O povo já realizou várias retomadas para garantir a posse de seu território, como no caso da aldeia Morro Vermelho, e realiza uma campanha pela conclusão da demarcação de sua terra, que vai até o rio São Francisco. O importante curso d'água é parte da história e da própria identidade Xakriabá, mas está atualmente fora do alcance do povo.
https://cimi.org.br/2025/08/povo-xakriaba-lixao/
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