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Após jovem ser decapitado, indígenas deixam de ir à escola e Promotoria cobra proteção no PR
21/08/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Após jovem ser decapitado, indígenas deixam de ir à escola e Promotoria cobra proteção no PR
Recomendação administrativa foi emitida após assassinato de avá-guarani, cujo corpo foi encontrado com carta de ameaças
21/08/2025
Josué Seixas
O Ministério Público do Paraná e o MPF (Ministério Público Federal) emitiram, na última sexta-feira (15), uma recomendação administrativa às forças de segurança para assegurar a proteção de crianças e adolescentes indígenas em Guaíra, no oeste do estado. A medida ocorre após o assassinato de um jovem da etnia avá-guarani.
O crime aconteceu no dia 12 de julho. O corpo da vítima, de 21 anos, foi encontrado decapitado e acompanhado de uma carta com ameaças explícitas contra a população indígena, incluindo possíveis ataques a ônibus escolares e comunidades locais.
O episódio provocou medo generalizado entre o povo avá-guarani, e parte dos alunos deixou de frequentar as escolas.
A recomendação foi direcionada a diferentes órgãos de segurança, entre eles o Comando da Força Nacional, a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), o 19o Batalhão de Polícia Militar, o Batalhão de Polícia de Fronteira, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Civil e a Guarda Municipal de Guaíra.
Em nota à Folha nesta quinta-feira (21), a Funai disse que tem "compromisso com a garantia da segurança e da integridade das comunidades indígenas" e que está "trabalhando de forma articulada com órgãos de segurança e demais instituições responsáveis".
Acrescentou que foi aprovada nesta terça-feira (19) a prorrogação da permanência da Força Nacional de Segurança Pública por mais 90 dias na região.
Também em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Paraná disse que ainda não recebeu notificação oficial sobre a recomendação administrativa. "De todo modo, ressaltamos que essas recomendações estão alinhadas com as práticas já adotadas pelas polícias do Paraná e que a Secretaria segue em diálogo constante com os Ministérios Públicos", disse a pasta.
A PRF afirmou que "se coloca à disposição das autoridades para auxiliar, dentro das suas competências, no que for solicitado".
O Ministério da Justiça e Segurança Pública disse que a "Força Nacional de Segurança Pública atua sob forma de cooperação federativa" e que, por isso, "com base no artigo 144 da Constituição Federal, não figura no rol de órgãos listados com atribuições de ofício para ações de segurança pública".
A pasta informou que autorizou o emprego da Força Nacional de Segurança Pública, em apoio à Funai, em articulação com os órgãos de segurança pública do estado do Paraná, sob coordenação da Polícia Federal, na região da terra indígena Tekoha Guasu Guavira, até 23 de agosto de 2025.
"O MJSP reforça que a Força Nacional seguirá envidando todos os esforços necessários no apoio aos órgãos competentes, contribuindo para a segurança e proteção da população indígena e das comunidades da região", finaliza a nota.
O município de Guaíra disse que acatou integralmente as orientações. Em resposta ao temor, "serão reforçadas imediatamente as ações de policiamento ostensivo, especialmente nos trajetos utilizados pelo transporte escolar das crianças, e garantem segurança desde a saída das aldeias até a chegada às unidades de ensino, até que a situação seja plenamente estabilizada".
A gestão afirmou que os episódios de violência que envolvem moradores de ocupações têm ocorrido de forma isolada e criticou a utilização do termo "conflito indígena" por reportagens, já que "as famílias residentes nas ocupações convivem normalmente na sociedade guairense".
"Todos os estudantes, inclusive os mais de 200 alunos de famílias residentes nessas áreas, participam de forma plena do transporte escolar e da rede de ensino municipal, sem distinção em relação aos demais alunos da cidade. Qualquer ato de violência representaria ameaça a todas as crianças da comunidade escolar, e não apenas a um grupo específico", complementou.
As demais entidades foram procuradas pela reportagem, mas não responderam até a publicação deste texto.
Entre as medidas exigidas estão o reforço do policiamento nos horários e trajetos do transporte escolar, a criação de um plano de segurança específico com participação de lideranças indígenas e a proteção nos pontos de embarque e desembarque. Também foi solicitada a articulação com órgãos de inteligência para prevenir novos ataques e a comunicação constante com as comunidades afetadas.
Outra recomendação é o monitoramento e investigação de práticas de racismo e discriminação contra indígenas, tanto em espaços virtuais quanto físicos. As medidas buscam garantir não apenas a segurança imediata dos estudantes, mas também prevenir a intensificação da violência na região.
As instituições notificadas têm prazo de 20 dias para informar aos Ministérios Públicos quais providências iniciais foram adotadas. Caso não cumpram a recomendação, poderão ser alvo de medidas administrativas e judiciais.
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/08/apos-jovem-ser-decapitado-indigenas-deixam-de-ir-a-escolas-e-promotoria-cobra-protecao-no-pr.shtml
Recomendação administrativa foi emitida após assassinato de avá-guarani, cujo corpo foi encontrado com carta de ameaças
21/08/2025
Josué Seixas
O Ministério Público do Paraná e o MPF (Ministério Público Federal) emitiram, na última sexta-feira (15), uma recomendação administrativa às forças de segurança para assegurar a proteção de crianças e adolescentes indígenas em Guaíra, no oeste do estado. A medida ocorre após o assassinato de um jovem da etnia avá-guarani.
O crime aconteceu no dia 12 de julho. O corpo da vítima, de 21 anos, foi encontrado decapitado e acompanhado de uma carta com ameaças explícitas contra a população indígena, incluindo possíveis ataques a ônibus escolares e comunidades locais.
O episódio provocou medo generalizado entre o povo avá-guarani, e parte dos alunos deixou de frequentar as escolas.
A recomendação foi direcionada a diferentes órgãos de segurança, entre eles o Comando da Força Nacional, a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), o 19o Batalhão de Polícia Militar, o Batalhão de Polícia de Fronteira, a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Civil e a Guarda Municipal de Guaíra.
Em nota à Folha nesta quinta-feira (21), a Funai disse que tem "compromisso com a garantia da segurança e da integridade das comunidades indígenas" e que está "trabalhando de forma articulada com órgãos de segurança e demais instituições responsáveis".
Acrescentou que foi aprovada nesta terça-feira (19) a prorrogação da permanência da Força Nacional de Segurança Pública por mais 90 dias na região.
Também em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Paraná disse que ainda não recebeu notificação oficial sobre a recomendação administrativa. "De todo modo, ressaltamos que essas recomendações estão alinhadas com as práticas já adotadas pelas polícias do Paraná e que a Secretaria segue em diálogo constante com os Ministérios Públicos", disse a pasta.
A PRF afirmou que "se coloca à disposição das autoridades para auxiliar, dentro das suas competências, no que for solicitado".
O Ministério da Justiça e Segurança Pública disse que a "Força Nacional de Segurança Pública atua sob forma de cooperação federativa" e que, por isso, "com base no artigo 144 da Constituição Federal, não figura no rol de órgãos listados com atribuições de ofício para ações de segurança pública".
A pasta informou que autorizou o emprego da Força Nacional de Segurança Pública, em apoio à Funai, em articulação com os órgãos de segurança pública do estado do Paraná, sob coordenação da Polícia Federal, na região da terra indígena Tekoha Guasu Guavira, até 23 de agosto de 2025.
"O MJSP reforça que a Força Nacional seguirá envidando todos os esforços necessários no apoio aos órgãos competentes, contribuindo para a segurança e proteção da população indígena e das comunidades da região", finaliza a nota.
O município de Guaíra disse que acatou integralmente as orientações. Em resposta ao temor, "serão reforçadas imediatamente as ações de policiamento ostensivo, especialmente nos trajetos utilizados pelo transporte escolar das crianças, e garantem segurança desde a saída das aldeias até a chegada às unidades de ensino, até que a situação seja plenamente estabilizada".
A gestão afirmou que os episódios de violência que envolvem moradores de ocupações têm ocorrido de forma isolada e criticou a utilização do termo "conflito indígena" por reportagens, já que "as famílias residentes nas ocupações convivem normalmente na sociedade guairense".
"Todos os estudantes, inclusive os mais de 200 alunos de famílias residentes nessas áreas, participam de forma plena do transporte escolar e da rede de ensino municipal, sem distinção em relação aos demais alunos da cidade. Qualquer ato de violência representaria ameaça a todas as crianças da comunidade escolar, e não apenas a um grupo específico", complementou.
As demais entidades foram procuradas pela reportagem, mas não responderam até a publicação deste texto.
Entre as medidas exigidas estão o reforço do policiamento nos horários e trajetos do transporte escolar, a criação de um plano de segurança específico com participação de lideranças indígenas e a proteção nos pontos de embarque e desembarque. Também foi solicitada a articulação com órgãos de inteligência para prevenir novos ataques e a comunicação constante com as comunidades afetadas.
Outra recomendação é o monitoramento e investigação de práticas de racismo e discriminação contra indígenas, tanto em espaços virtuais quanto físicos. As medidas buscam garantir não apenas a segurança imediata dos estudantes, mas também prevenir a intensificação da violência na região.
As instituições notificadas têm prazo de 20 dias para informar aos Ministérios Públicos quais providências iniciais foram adotadas. Caso não cumpram a recomendação, poderão ser alvo de medidas administrativas e judiciais.
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2025/08/apos-jovem-ser-decapitado-indigenas-deixam-de-ir-a-escolas-e-promotoria-cobra-protecao-no-pr.shtml
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