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'Queimar nossa casa de reza é como queimar nosso corpo', diz rezadora em aldeia de MS
11/08/2025
Autor: Marcos Morandi
Fonte: Mídia Max - https://midiamax.uol.com.br
'Queimar nossa casa de reza é como queimar nosso corpo', diz rezadora em aldeia de MS
Templo indígena foi atacado no último sábado, enquanto rezadores participam da inauguração do Samu Indígena em Dourados
No último sábado pela manhã (9), enquanto a comunidade indígena de Dourados celebrava a inauguração do Samu Indígena, um incêndio destruiu a casa de reza da Dona Floriza de Seu Jorge. O local era considerado um importante centro cultural e espiritual para a comunidade Kaiowá e Guarani, da reserva Indígena Federal de Dourados.
O incidente ocorreu por volta das 10h30, enquanto os rezadores da Aldeia Jaguapiru e outros membros da comunidade estavam ausentes, participando da cerimônia de inauguração no Hospital da Missão.
De acordo com o relato da Nhandesy Floriza Souza, 65 anos, em conversa com a reportagem do Jornal Midiamax, a casa de reza já vinha sofrendo ameaças desde o assassinato de seu filho. Ela mencionou que, em diversas ocasiões, a comunidade solicitou apoio para garantir a segurança do local, mas não obteve resposta.
A rezadora também expressou preocupação com o preconceito religioso, mencionando conflitos com igrejas pentecostais que criticam as práticas tradicionais indígenas. "Muitos não gostam gente", desabafa Floriza.
Questionados sobre o registro de boletim de ocorrência, os rezadores informaram que uma equipe da PF (Polícia Federal) periciou o local e investiga o caso.
"Queimar nossa Casa de Reza é como queimar o nosso corpo. Isso mexe com todos e com os rituais sagrados da comunidade", explica Floriza, ressaltando que o incêndio destruiu não apenas a estrutura física da casa de reza, mas também importantes artefatos culturais, incluindo três xirus, símbolos de grande poder e significado espiritual.
Dona Floriza enfatizou a importância desses objetos para a proteção da comunidade contra doenças, tempestades e outros males.
Além disso, o incêndio destruiu materiais escolares utilizados em um projeto social que atendia 63 crianças da comunidade, oferecendo educação e ensinamentos sobre a cultura Kaiowá e Guarani.
Dona Floriza expressou sua determinação em reconstruir a casa de reza e continuar o trabalho de preservação da cultura indígena.
Ela destacou a importância de transmitir os conhecimentos tradicionais para as novas gerações, especialmente em um contexto de crescente influência da tecnologia.
A rezadora apelou por ajuda para reconstruir o espaço sagrado e restaurar a vida cultural e espiritual da comunidade.
"As casas de rezas são um ponto forte para manter a tradição do nosso povo. Através delas nós passamos para as futuras gerações o que aprendemos com os nosso ancestrais.. Aqui na comunidade só existe agora a Casa de reza do Seu Getúlio", relata Dona Floriza.
"Destruíram um lugar sagrado onde fazíamos nossas rezas para pedir proteção para as nossas comunidades e também para toda a cidade. E agora? Como é que vamos reconstruir tudo isso?", questiona o rezador Jorge da Silva, 69 anos.
https://midiamax.uol.com.br/cotidiano/2025/queimar-nossa-casa-de-reza-e-como-queimar-o-nosso-corpo-diz-rezadora-de-aldeia-em-ms/
Templo indígena foi atacado no último sábado, enquanto rezadores participam da inauguração do Samu Indígena em Dourados
No último sábado pela manhã (9), enquanto a comunidade indígena de Dourados celebrava a inauguração do Samu Indígena, um incêndio destruiu a casa de reza da Dona Floriza de Seu Jorge. O local era considerado um importante centro cultural e espiritual para a comunidade Kaiowá e Guarani, da reserva Indígena Federal de Dourados.
O incidente ocorreu por volta das 10h30, enquanto os rezadores da Aldeia Jaguapiru e outros membros da comunidade estavam ausentes, participando da cerimônia de inauguração no Hospital da Missão.
De acordo com o relato da Nhandesy Floriza Souza, 65 anos, em conversa com a reportagem do Jornal Midiamax, a casa de reza já vinha sofrendo ameaças desde o assassinato de seu filho. Ela mencionou que, em diversas ocasiões, a comunidade solicitou apoio para garantir a segurança do local, mas não obteve resposta.
A rezadora também expressou preocupação com o preconceito religioso, mencionando conflitos com igrejas pentecostais que criticam as práticas tradicionais indígenas. "Muitos não gostam gente", desabafa Floriza.
Questionados sobre o registro de boletim de ocorrência, os rezadores informaram que uma equipe da PF (Polícia Federal) periciou o local e investiga o caso.
"Queimar nossa Casa de Reza é como queimar o nosso corpo. Isso mexe com todos e com os rituais sagrados da comunidade", explica Floriza, ressaltando que o incêndio destruiu não apenas a estrutura física da casa de reza, mas também importantes artefatos culturais, incluindo três xirus, símbolos de grande poder e significado espiritual.
Dona Floriza enfatizou a importância desses objetos para a proteção da comunidade contra doenças, tempestades e outros males.
Além disso, o incêndio destruiu materiais escolares utilizados em um projeto social que atendia 63 crianças da comunidade, oferecendo educação e ensinamentos sobre a cultura Kaiowá e Guarani.
Dona Floriza expressou sua determinação em reconstruir a casa de reza e continuar o trabalho de preservação da cultura indígena.
Ela destacou a importância de transmitir os conhecimentos tradicionais para as novas gerações, especialmente em um contexto de crescente influência da tecnologia.
A rezadora apelou por ajuda para reconstruir o espaço sagrado e restaurar a vida cultural e espiritual da comunidade.
"As casas de rezas são um ponto forte para manter a tradição do nosso povo. Através delas nós passamos para as futuras gerações o que aprendemos com os nosso ancestrais.. Aqui na comunidade só existe agora a Casa de reza do Seu Getúlio", relata Dona Floriza.
"Destruíram um lugar sagrado onde fazíamos nossas rezas para pedir proteção para as nossas comunidades e também para toda a cidade. E agora? Como é que vamos reconstruir tudo isso?", questiona o rezador Jorge da Silva, 69 anos.
https://midiamax.uol.com.br/cotidiano/2025/queimar-nossa-casa-de-reza-e-como-queimar-o-nosso-corpo-diz-rezadora-de-aldeia-em-ms/
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