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Garimpo recua em terras indígenas com atuação do governo, mostra levantamento do Greenpeace Brasil
29/08/2025
Fonte: O Globo - https://oglobo.globo.com/
Garimpo recua em terras indígenas com atuação do governo, mostra levantamento do Greenpeace Brasil
29/08/2025
Luciana Casemiro
A atividade de garimpo que vem devastando terras indígenas recuou no primeiro semestre deste ano com as ações continuadas de desintrusão coordenadas pelo Ministério dos Povos Indígenas Ministério dos Povos Indígenas. Dados de monitoramento feito pelo Greenpeace Brasil, ao qual o blog teve acesso em primeiro mão, registraram uma redução de 95,18% do garimpo na TI Yanomami e de 41,53% na TI Munduruku, de janeiro a junho deste ano frente ao mesmo período do ano passado. No território Kayapó, apesar de ter apurado o crescimento de 1,93% da atividade ilogal, a ONG destaca o fato que não foram abertas novas áreas após o início da operação de retirada de pessoas e materiais da região em maio. Em junho, destaca o Greenpeace, não foi identificada abertura de novos garimpo em nenhum dos três territórios.
- Nas três áreas onde o governo atuou, os resultados mostram que retirar e impedir a volta dos invasores reduz de forma expressiva a atividade ilegal e a pressão sobre esses territórios. No caso do território Yanomami, essa política se mostrou ainda mais efetiva porque ganhou caráter permanente com a Casa de Governo, garantindo que os Yanomami possam exercer com segurança o usufruto exclusivo de seu território - afirma o porta-voz da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, Grégor Daflon.
Em números absolutos, ao longo dos primeiros seis meses de 2025, foram perdidos cerca de 252 hectares de floresta para a atividade de garimpeira, frente aos 417 hectares perdidos nos mesmo período de 2024. A Terra Indígena Yanomami foi a que apresentou o melhor resultados entre as três, com uma perda de 8,16 hectares de floresta; frente a 11,81 hectares na TI Munduruku e 232,1 na TI Kayapó onde a operação só começou em maio.
Segundo o monitoramento o garimpo ilegal já ocupa o garimpo já ocupa aproximadamente 4,38% dos 67 mil hectares da Terra Indígena Sararé (MT), território dos povos Nambikwara, área mais pressionada atualmente na avaliação do Greenpeace. Apesar de ter sido alvo de quatro operações de desintrusão, o território teve uma área equivalente a cerca de 1.080 campos de futebol devastada pelo garimpo no primeiro semestre.
- O avanço do garimpo na Terra Indígena Sararé demonstra a importância da adoção de ações sistêmicas capazes de desarticular a logística e o fluxo que financeiro que viabiliza a atividade garimpeira, impedindo sua reorganização após as operações de repressão. O crescimento do garimpo na Sararé ao longo do primeiro semestre de 2025, demonstra que, as ações de repressão precisam evoluir para uma ação robusta de desintrusão capaz de de zerar o garimpo e impedir seu recrudescimento- ressalta Daflon, acrescentando que os planos de pós-desintrusão serão fundamentais para garantir que esses território.
Em reunião de lideraçãs realizada em Manaus, nos dias 13 e 14 de agostos, Alessandra Korap Munduruku reforçou a necessidade de projetos de etnodesenvolvimento, turismo de base comunitária, cadeias produtivas que fortaleçam nossa autonomia.
Já Julio Ye'kwana Yanomami destacou a importância da mobilização que o monitoramento seja realizado também pelos próprios indígenas.
- Nós, povos indígenas, precisamos estar sempre ativos na defesa do território, não apenas esperar pelo governo. Nossa terra é grande e fiscalizar custa caro. Não podemos depender apenas da Funai ou do governo. Queremos formar jovens para operar drones e realizar o monitoramento territorial por meio das associações Yanomami - disse o líder.
Patkore Kayapó destacou que o garimpo traz facções criminosas, drogas, armas e bebidas alcoólicas para o território:
-Quando os invasores saem, deixam para trás a terra revirada, maquinário queimado e óleo derramado. Precisamos recuperar o território com projetos sustentáveis que garantam nossa sobrevivência e mantenham a floresta viva.
https://oglobo.globo.com/blogs/miriam-leitao/post/2025/08/garimpo-recua-em-terras-indigenas-com-atuacao-do-governo-mostra-levantamento-do-greenpeace-brasil.ghtml
29/08/2025
Luciana Casemiro
A atividade de garimpo que vem devastando terras indígenas recuou no primeiro semestre deste ano com as ações continuadas de desintrusão coordenadas pelo Ministério dos Povos Indígenas Ministério dos Povos Indígenas. Dados de monitoramento feito pelo Greenpeace Brasil, ao qual o blog teve acesso em primeiro mão, registraram uma redução de 95,18% do garimpo na TI Yanomami e de 41,53% na TI Munduruku, de janeiro a junho deste ano frente ao mesmo período do ano passado. No território Kayapó, apesar de ter apurado o crescimento de 1,93% da atividade ilogal, a ONG destaca o fato que não foram abertas novas áreas após o início da operação de retirada de pessoas e materiais da região em maio. Em junho, destaca o Greenpeace, não foi identificada abertura de novos garimpo em nenhum dos três territórios.
- Nas três áreas onde o governo atuou, os resultados mostram que retirar e impedir a volta dos invasores reduz de forma expressiva a atividade ilegal e a pressão sobre esses territórios. No caso do território Yanomami, essa política se mostrou ainda mais efetiva porque ganhou caráter permanente com a Casa de Governo, garantindo que os Yanomami possam exercer com segurança o usufruto exclusivo de seu território - afirma o porta-voz da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil, Grégor Daflon.
Em números absolutos, ao longo dos primeiros seis meses de 2025, foram perdidos cerca de 252 hectares de floresta para a atividade de garimpeira, frente aos 417 hectares perdidos nos mesmo período de 2024. A Terra Indígena Yanomami foi a que apresentou o melhor resultados entre as três, com uma perda de 8,16 hectares de floresta; frente a 11,81 hectares na TI Munduruku e 232,1 na TI Kayapó onde a operação só começou em maio.
Segundo o monitoramento o garimpo ilegal já ocupa o garimpo já ocupa aproximadamente 4,38% dos 67 mil hectares da Terra Indígena Sararé (MT), território dos povos Nambikwara, área mais pressionada atualmente na avaliação do Greenpeace. Apesar de ter sido alvo de quatro operações de desintrusão, o território teve uma área equivalente a cerca de 1.080 campos de futebol devastada pelo garimpo no primeiro semestre.
- O avanço do garimpo na Terra Indígena Sararé demonstra a importância da adoção de ações sistêmicas capazes de desarticular a logística e o fluxo que financeiro que viabiliza a atividade garimpeira, impedindo sua reorganização após as operações de repressão. O crescimento do garimpo na Sararé ao longo do primeiro semestre de 2025, demonstra que, as ações de repressão precisam evoluir para uma ação robusta de desintrusão capaz de de zerar o garimpo e impedir seu recrudescimento- ressalta Daflon, acrescentando que os planos de pós-desintrusão serão fundamentais para garantir que esses território.
Em reunião de lideraçãs realizada em Manaus, nos dias 13 e 14 de agostos, Alessandra Korap Munduruku reforçou a necessidade de projetos de etnodesenvolvimento, turismo de base comunitária, cadeias produtivas que fortaleçam nossa autonomia.
Já Julio Ye'kwana Yanomami destacou a importância da mobilização que o monitoramento seja realizado também pelos próprios indígenas.
- Nós, povos indígenas, precisamos estar sempre ativos na defesa do território, não apenas esperar pelo governo. Nossa terra é grande e fiscalizar custa caro. Não podemos depender apenas da Funai ou do governo. Queremos formar jovens para operar drones e realizar o monitoramento territorial por meio das associações Yanomami - disse o líder.
Patkore Kayapó destacou que o garimpo traz facções criminosas, drogas, armas e bebidas alcoólicas para o território:
-Quando os invasores saem, deixam para trás a terra revirada, maquinário queimado e óleo derramado. Precisamos recuperar o território com projetos sustentáveis que garantam nossa sobrevivência e mantenham a floresta viva.
https://oglobo.globo.com/blogs/miriam-leitao/post/2025/08/garimpo-recua-em-terras-indigenas-com-atuacao-do-governo-mostra-levantamento-do-greenpeace-brasil.ghtml
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