De Povos Indígenas no Brasil
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Biodiversidade é oportunidade para desenvolver economia da Amazônia
04/08/2025
Fonte: O Globo - https://oglobo.globo.com/
Biodiversidade é oportunidade para desenvolver economia da Amazônia
País conta com bons pesquisadores e lei avançada. Falta atrair capital privado e aumentar apoio público
04/08/2025
O Brasil tem lei considerada avançada para o tema da biodiversidade, conta com um número considerável de cientistas dedicados à área, mas carece de investimento e políticas públicas. Em área estratégica para a economia brasileira, o governo deveria identificar que barreiras impedem uma alocação mais eficiente do capital privado, adotar medidas para mitigar esses problemas e aumentar o financiamento público em pesquisa.
O avanço dos estudos em biodiversidade pode ser um eixo de crescimento para os mais de 20 milhões que vivem na região da Amazônia. O Brasil tem bom histórico no casamento entre ciência e desenvolvimento econômico. Foi a união entre pesquisadores e empreendedores que resultou na exploração agrícola do Cerrado, hoje um dos principais polos do agronegócio no mundo. Na Amazônia, a ênfase precisa ser na sustentabilidade.
O consórcio Genômica da Biodiversidade Brasileira (GBB), tendo à frente o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV), com a colaboração de 107 instituições, sequenciou em dois anos 23 genomas completos de animais. Outros 720 de plantas e animais também foram sequenciados em diversos níveis de resolução. "A bioeconomia se faz como as camadas de um bolo. Pega-se o conhecimento tradicional e se acrescenta uma outra camada de ciência de vanguarda. A isso se acrescenta estímulo à indústria local, à formação de pessoas", ressalta Alexandre Aleixo, líder do grupo de Genômica Ambiental do ITV.
Em tom de desabafo, Roberto Waack, cofundador da Coalizão Brasil, Clima, Floresta e Agricultura, disse ao GLOBO que o Brasil não faz parte da periferia quando o assunto é pesquisa. "Há um aumento do valor da natureza. Negócios dependem de ativos naturais. A alta tecnologia abre uma via de valorização do capital natural", diz.
As indústrias farmacêutica e de cosméticos já utilizam matérias-primas fornecidas por florestas e campos brasileiros. Da Amazônia, a andiroba produz óleo anti-inflamatório, também usado como repelente e hidratante; do Cerrado, a cagaita tem propriedades antioxidantes; da Caatinga, o coco da palmeira licuri fornece óleo para cosméticos; e da Mata Atlântica a uvaia, presente em doces e sucos, tem sido pesquisada sobre suas propriedades terapêuticas.
A genômica e a proteômica, estudo das proteínas de cada elemento, se entrelaçam para permitir o entendimento da composição de cada objeto de estudo e o desenvolvimento de técnicas de melhorias das espécies. Um exemplo é o tucupi, retirado da mandioca-brava. Para evitar a variação de qualidade, a análise de suas proteínas indica a seleção ideal de microrganismos para produção de um tucupi homogêneo capaz de atender às exigências do mercado. Explorar a biodiversidade de forma sustentável é uma das melhores estratégias para deixar as florestas em pé e melhorar as condições de vida da população - ao mesmo tempo.
https://oglobo.globo.com/opiniao/editorial/coluna/2025/08/biodiversidade-e-oportunidade-para-desenvolver-economia-da-amazonia.ghtml
País conta com bons pesquisadores e lei avançada. Falta atrair capital privado e aumentar apoio público
04/08/2025
O Brasil tem lei considerada avançada para o tema da biodiversidade, conta com um número considerável de cientistas dedicados à área, mas carece de investimento e políticas públicas. Em área estratégica para a economia brasileira, o governo deveria identificar que barreiras impedem uma alocação mais eficiente do capital privado, adotar medidas para mitigar esses problemas e aumentar o financiamento público em pesquisa.
O avanço dos estudos em biodiversidade pode ser um eixo de crescimento para os mais de 20 milhões que vivem na região da Amazônia. O Brasil tem bom histórico no casamento entre ciência e desenvolvimento econômico. Foi a união entre pesquisadores e empreendedores que resultou na exploração agrícola do Cerrado, hoje um dos principais polos do agronegócio no mundo. Na Amazônia, a ênfase precisa ser na sustentabilidade.
O consórcio Genômica da Biodiversidade Brasileira (GBB), tendo à frente o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável (ITV), com a colaboração de 107 instituições, sequenciou em dois anos 23 genomas completos de animais. Outros 720 de plantas e animais também foram sequenciados em diversos níveis de resolução. "A bioeconomia se faz como as camadas de um bolo. Pega-se o conhecimento tradicional e se acrescenta uma outra camada de ciência de vanguarda. A isso se acrescenta estímulo à indústria local, à formação de pessoas", ressalta Alexandre Aleixo, líder do grupo de Genômica Ambiental do ITV.
Em tom de desabafo, Roberto Waack, cofundador da Coalizão Brasil, Clima, Floresta e Agricultura, disse ao GLOBO que o Brasil não faz parte da periferia quando o assunto é pesquisa. "Há um aumento do valor da natureza. Negócios dependem de ativos naturais. A alta tecnologia abre uma via de valorização do capital natural", diz.
As indústrias farmacêutica e de cosméticos já utilizam matérias-primas fornecidas por florestas e campos brasileiros. Da Amazônia, a andiroba produz óleo anti-inflamatório, também usado como repelente e hidratante; do Cerrado, a cagaita tem propriedades antioxidantes; da Caatinga, o coco da palmeira licuri fornece óleo para cosméticos; e da Mata Atlântica a uvaia, presente em doces e sucos, tem sido pesquisada sobre suas propriedades terapêuticas.
A genômica e a proteômica, estudo das proteínas de cada elemento, se entrelaçam para permitir o entendimento da composição de cada objeto de estudo e o desenvolvimento de técnicas de melhorias das espécies. Um exemplo é o tucupi, retirado da mandioca-brava. Para evitar a variação de qualidade, a análise de suas proteínas indica a seleção ideal de microrganismos para produção de um tucupi homogêneo capaz de atender às exigências do mercado. Explorar a biodiversidade de forma sustentável é uma das melhores estratégias para deixar as florestas em pé e melhorar as condições de vida da população - ao mesmo tempo.
https://oglobo.globo.com/opiniao/editorial/coluna/2025/08/biodiversidade-e-oportunidade-para-desenvolver-economia-da-amazonia.ghtml
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