De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Comunicadores(as) e agentes das Pastorais Sociais se preparam para participar do Muticom 2025
12/09/2025
Autor: Por Equipe de Comunicação do Muticom
Fonte: Cimi - https://cimi.org.br
De 25 a 28 de setembro de 2025, Manaus (AM) será o coração pulsante da comunicação católica no Brasil. Comunicadores, comunicadoras e agentes de pastoral de todo o país se reúnem para o 14o Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), promovido pela Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB. Com o tema "Comunicação e Ecologia Integral: transformação e sustentabilidade justa", o encontro promete ser um espaço de escuta, articulação e compromisso. Já está confirmada a presença de representantes das Pastorais Sociais, que levarão suas vivências e saberes para fortalecer uma comunicação enraizada na justiça socioambiental e no cuidado com a Casa Comum.
Comunicação que nasce do chão da vida
A escolha do tema "Comunicação e Ecologia Integral: transformação e sustentabilidade justa" dialoga diretamente com as práticas das Pastorais Sociais, que atuam nas realidades onde os clamores da terra, da floresta, das cidades e das águas se entrelaçam aos gritos dos pobres e oprimidos. Pastorais como o Serviço Pastoral dos Migrantes, o Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras, a Cáritas Brasileira, Rede Jubileu Sul Brasil e tantas outras, ligadas à Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora (CEPAST - CNBB), articulam redes, organismos e agentes na defesa dos direitos humanos, na opção preferencial pelos empobrecidos e no cuidado com a Casa Comum. Os comunicadores e comunicadoras dessas pastorais realizam, cotidianamente, um trabalho profético e comprometido com os mais vulneráveis, sendo expressão viva da doutrina social da Igreja no Brasil.
Por que as Pastorais Sociais estarão no Muticom?
A presença de comunicadores e agentes das Pastorais Sociais no Muticom é importante para fortalecer a incidência da missão pastoral por meio da comunicação, aprofundando o diálogo entre justiça socioambiental e ecologia integral, como propõe o Papa Francisco na encíclica Laudato Si'. Ao participar do evento, esses assessores e assessoras ampliam as possibilidades de articulação entre comunicação e ação evangelizadora, contribuem para a criação de redes de colaboração entre comunicadores populares, religiosos e leigos, e fortalecem o alcance das causas que mobilizam as pastorais. Além disso, o Muticom oferece um espaço formativo que possibilita a incorporação de ferramentas e estratégias comunicacionais comprometidas com a transformação social, o combate às fake news e a construção de uma cultura de paz e solidariedade.
Comunicação sociotransformadora nasce da escuta e da coletividade
A jornalista Cláudia Pereira, assessora da CEPAST-CNBB, compartilha sua experiência na comunicação junto à Articulação das pastorais do campo, destacando o aprendizado construído em contato direto com os povos e comunidades tradicionais. "Foi algo bem gratificante, valioso, não só pra mim, mas também por me permitir contribuir na construção de uma comunicação, essa comunicação sociotransformadora, que essas pastorais já buscam construir", afirmou. Segundo ela, esse percurso revelou de forma concreta a importância de saber ouvir: "os povos tradicionais já gritam há muito tempo pela garantia de seus direitos, pela defesa da natureza", denuncia Pereira.
Ao refletir sobre a vivência com comunicadores populares, destacou o valor da proximidade com quem comunica lá do chão, da base e da comunidade. A comunicação coletiva, para ela, fortalece denúncias e se consolida como articulação política. "Comunicação também é política, é articulação política", pontuou. Cláudia também conecta esse trabalho à ecologia integral, à agroecologia e ao protagonismo dos povos: "a natureza é parte intrínseca da vida desses povos, que já são verdadeiros guardiões do meio ambiente que estão gritando há muito tempo", diz Claúdia.
Sobre o Muticom, ela expressa grande expectativa com a possibilidade de intercâmbio entre diferentes vozes e experiências: "isso amplia bastante a comunicação para a Igreja e contribui também para uma abordagem de uma comunicação que seja mais inclusiva", ressalta. Para Cláudia, o encontro tem potencial para transformar percepções, ajudar a superar modelos ainda predominantes e fortalecer "uma comunicação a serviço de uma Igreja em saída". E finaliza: "que o Muticom seja mesmo um rio transformador para todos os comunicadores e comunicadoras dessas nossas cidades brasileiras".
"Os povos tradicionais já gritam há muito tempo pela garantia de seus direitos, pela defesa da natureza"
Comunicação como compromisso com os povos e com a Casa Comum
Estar ao lado do povo, especialmente dos mais pobres e vulnerabilizados, é o que deve mover a prática comunicacional na Igreja. É com essa perspectiva que a comunicação do Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (CPP) se prepara para o Muticom 2025. Para quem atua junto aos povos das águas, a comunicação precisa ser um instrumento de luta e dignidade. "A função da comunicação é ser uma ferramenta de articulação junto com estes povos, junto com o meio ambiente, uma comunicação sociotransformadora preocupada com a mudança das coisas e do mundo, preocupada em educar os ouvidos que insistem em não ouvir os apelos desses povos", afirma Henrique Cavalheiro, da assessoria de comunicação do CPP. Ele defende que comunicar é também levar em conta a realidade da Ecologia Integral: "Se eu destruo a natureza, eu não estou comprometido com a vida, pois destruindo a natureza eu ameaço a vida dos meus irmãos e irmãs, e os mais pobres são os primeiros a sentirem os impactos desta destruição", alerta.
A expectativa para o Muticom é de troca, escuta e fortalecimento do compromisso com a justiça socioambiental. Henrique vê o evento como espaço para mostrar, refletir e aprender com diferentes pessoas: "É uma oportunidade de diálogo com os outros comunicadores e comunicadoras que também fazem comunicação na Igreja no Brasil", diz Cavalheiro. A participação do CPP será uma forma de demonstrar à comunicação realizada com os povos das águas, reafirmando a missão profética que nasce dos territórios: "Mostrar qual comunicação fazemos, para quem fazemos, para que fazemos, como fazemos". Segundo ele, essa construção coletiva é um passo essencial para "uma comunicação de irmãos e irmãs que está sempre disposta a estar ao lado dos outros e outras, sobretudo dos mais pobres e vulnerabilizados e da Casa Comum", finaliza.
"A função da comunicação é ser uma ferramenta de articulação junto com estes povos, junto com o meio ambiente, uma comunicação sociotransformadora"
Comunicar com escuta e empatia
Para Darcy Lima, assessor de comunicação do Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), o exercício da comunicação dentro da pastoral tem revelado caminhos profundos de transformação social. "A comunicação na Pastoral dos Migrantes tem me mostrado que a escuta atenta e o diálogo verdadeiro são ferramentas poderosas de transformação social", afirma. Em sua trajetória junto a migrantes e refugiados, ele destaca a potência das narrativas que partem da realidade, sensibilizando a sociedade e mobilizando ações concretas de solidariedade, acolhida e justiça social.
Darcy também relaciona a proposta da ecologia integral à prática cotidiana da comunicação comprometida com os povos em situação de vulnerabilidade. Para ele, comunicar vai além das ferramentas e técnicas: "A ecologia integral, proposta pelo Papa Francisco, nos desafia a enxergar a comunicação não apenas como transmissão de mensagens, mas como um processo que integra pessoas, culturas e territórios", ressalta Lima. Essa visão, segundo o comunicador, parte da empatia e da dignidade humana, princípios que guiam sua atuação e que deseja levar para o Muticom 2025. "Para nós, comunicadores, é também um momento de renovação do compromisso com uma comunicação que promove vida, justiça e fraternidade", destaca o comunicador.
Com relação ao evento, Darcy compartilha altas expectativas. Ele vê o 14o Muticom como um espaço privilegiado para troca de experiências entre comunicadores e agentes de pastoral de todo o país. "Espero que o evento fortaleça os vínculos entre as Pastorais Sociais, permitindo maior articulação nacional e a construção de estratégias conjuntas de comunicação que deem visibilidade às lutas e conquistas dos povos migrantes e de tantas outras realidades vulneráveis", conclui.
"Espero que o evento fortaleça os vínculos entre as Pastorais Sociais, permitindo maior articulação nacional e a construção de estratégias conjuntas de comunicação"
Racismo ambiental e migração forçada: desafios para uma comunicação transformadora
A comunicação comprometida com a ecologia integral e a transformação socioambiental exige atenção a temas urgentes e muitas vezes invisibilizados. É o que aponta a experiência vivida por Nívea Martins, assessora de comunicação da Cáritas Brasileira, onde esses desafios se tornaram centrais no trabalho de comunicação junto às comunidades. "É importante trazer para o centro temas que atravessam a vida das comunidades, como as mudanças climáticas, a migração forçada por questões ambientais e o racismo ambiental. Também vejo que precisamos refletir sobre o impacto das inteligências artificiais na forma como comunicamos", diz Martins. Para ela, considerar esses pontos é fundamental para qualificar a atuação dos comunicadores e comunicadoras engajados na construção de uma sociedade mais justa.
Ao falar sobre o Muticom 2025, Nívea destaca o desejo de que o evento se consolide como um espaço de construção coletiva. "Espero que o Muticom seja um espaço de troca, onde possamos olhar para os desafios atuais e pensar juntos como a comunicação pode responder a eles", ressalta Nívea. Segundo ela, além de trazer novas ferramentas e perspectivas ao trabalho diário, o evento pode fortalecer a articulação entre as Pastorais Sociais em nível nacional, contribuindo para "uma comunicação mais integrada e conectada com a realidade das comunidades", finaliza.
"Espero que o evento fortaleça os vínculos entre as Pastorais Sociais, permitindo maior articulação nacional e a construção de estratégias conjuntas de comunicação"
Escutar os territórios, dar visibilidade às lutas
A comunicadora Flaviana Serafim, da Rede Jubileu Sul Brasil, destaca que uma das práticas mais potentes em sua atuação é dar visibilidade às vozes dos territórios. "É sempre a gente dar visibilidade para os povos, para quem está nos territórios, para quem está no chão das comunidades. Escutar essas pessoas e visibilizar a voz, as denúncias delas e os fazeres, os avanços, as lutas, as conquistas", afirma. Para ela, esse é o caminho de uma comunicação realmente transformadora: "Uma comunicação que dê visibilidade a essa voz e que também apoie a mobilização desses povos pra mim é o principal, especialmente quando a gente está falando de ecologia integral e de transformação social", pontua Serafim.
"É o nosso papel principal fazer uma comunicação mobilizadora, transformadora de fato né, uma comunicação que dê visibilidade a essa voz e que também apoie a mobilização desses povos", afirma Flaviana.
Sobre o Muticom 2025, Flaviana compartilha sua empolgação: "Tô muito animada, com expectativa muito grande pela participação no Muticom. É a felicidade do encontro com os companheiros da comunicação e, ao mesmo tempo, a realização de um sonho da vida, que eu sempre quis conhecer a região amazônica", destaca a comunicadora. Para ela, a troca de experiências é um dos maiores ganhos do evento. "Ouvir as experiências que os colegas trazem, suas questões, seus desafios, suas realizações, essa troca são sempre muito ricas. A gente cresce junto, fortalece nosso trabalho e amplia a articulação", conclui.
"É o nosso papel principal fazer uma comunicação mobilizadora, transformadora de fato, que dê visibilidade a essa voz e apoie a mobilização desses povos"
Muticom: um espaço de formação, espiritualidade e vivência
A programação do Muticom inclui dois grandes painéis, imersão em 12 rios temáticos com metodologias participativas, atividades culturais e uma vivência em comunidades manauaras, além da Celebração da Comunicação no Encontro das Águas, símbolo do compromisso entre fé, comunicação e Amazônia.
Os Rios Amazônicos Temáticos abordarão temas como comunicação popular, ativismo digital, educomunicação, jornalismo ambiental, espiritualidade ecológica e saberes tradicionais. A metodologia propõe uma jornada profunda, em grupos de até 50 pessoas, para troca de experiências e construção coletiva de compromissos concretos.
Inscrições abertas até 12 de setembro
O 3o lote de inscrições está disponível até 12 de setembro, no valor de R$ 390,00. Estudantes contam com uma modalidade especial de R$ 200,00, com link exclusivo no site. Para essa categoria, é necessário apresentar o nome da instituição de ensino, nível de formação e número de identificação estudantil.
https://cimi.org.br/2025/09/muticom-2025/
Comunicação que nasce do chão da vida
A escolha do tema "Comunicação e Ecologia Integral: transformação e sustentabilidade justa" dialoga diretamente com as práticas das Pastorais Sociais, que atuam nas realidades onde os clamores da terra, da floresta, das cidades e das águas se entrelaçam aos gritos dos pobres e oprimidos. Pastorais como o Serviço Pastoral dos Migrantes, o Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras, a Cáritas Brasileira, Rede Jubileu Sul Brasil e tantas outras, ligadas à Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora (CEPAST - CNBB), articulam redes, organismos e agentes na defesa dos direitos humanos, na opção preferencial pelos empobrecidos e no cuidado com a Casa Comum. Os comunicadores e comunicadoras dessas pastorais realizam, cotidianamente, um trabalho profético e comprometido com os mais vulneráveis, sendo expressão viva da doutrina social da Igreja no Brasil.
Por que as Pastorais Sociais estarão no Muticom?
A presença de comunicadores e agentes das Pastorais Sociais no Muticom é importante para fortalecer a incidência da missão pastoral por meio da comunicação, aprofundando o diálogo entre justiça socioambiental e ecologia integral, como propõe o Papa Francisco na encíclica Laudato Si'. Ao participar do evento, esses assessores e assessoras ampliam as possibilidades de articulação entre comunicação e ação evangelizadora, contribuem para a criação de redes de colaboração entre comunicadores populares, religiosos e leigos, e fortalecem o alcance das causas que mobilizam as pastorais. Além disso, o Muticom oferece um espaço formativo que possibilita a incorporação de ferramentas e estratégias comunicacionais comprometidas com a transformação social, o combate às fake news e a construção de uma cultura de paz e solidariedade.
Comunicação sociotransformadora nasce da escuta e da coletividade
A jornalista Cláudia Pereira, assessora da CEPAST-CNBB, compartilha sua experiência na comunicação junto à Articulação das pastorais do campo, destacando o aprendizado construído em contato direto com os povos e comunidades tradicionais. "Foi algo bem gratificante, valioso, não só pra mim, mas também por me permitir contribuir na construção de uma comunicação, essa comunicação sociotransformadora, que essas pastorais já buscam construir", afirmou. Segundo ela, esse percurso revelou de forma concreta a importância de saber ouvir: "os povos tradicionais já gritam há muito tempo pela garantia de seus direitos, pela defesa da natureza", denuncia Pereira.
Ao refletir sobre a vivência com comunicadores populares, destacou o valor da proximidade com quem comunica lá do chão, da base e da comunidade. A comunicação coletiva, para ela, fortalece denúncias e se consolida como articulação política. "Comunicação também é política, é articulação política", pontuou. Cláudia também conecta esse trabalho à ecologia integral, à agroecologia e ao protagonismo dos povos: "a natureza é parte intrínseca da vida desses povos, que já são verdadeiros guardiões do meio ambiente que estão gritando há muito tempo", diz Claúdia.
Sobre o Muticom, ela expressa grande expectativa com a possibilidade de intercâmbio entre diferentes vozes e experiências: "isso amplia bastante a comunicação para a Igreja e contribui também para uma abordagem de uma comunicação que seja mais inclusiva", ressalta. Para Cláudia, o encontro tem potencial para transformar percepções, ajudar a superar modelos ainda predominantes e fortalecer "uma comunicação a serviço de uma Igreja em saída". E finaliza: "que o Muticom seja mesmo um rio transformador para todos os comunicadores e comunicadoras dessas nossas cidades brasileiras".
"Os povos tradicionais já gritam há muito tempo pela garantia de seus direitos, pela defesa da natureza"
Comunicação como compromisso com os povos e com a Casa Comum
Estar ao lado do povo, especialmente dos mais pobres e vulnerabilizados, é o que deve mover a prática comunicacional na Igreja. É com essa perspectiva que a comunicação do Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (CPP) se prepara para o Muticom 2025. Para quem atua junto aos povos das águas, a comunicação precisa ser um instrumento de luta e dignidade. "A função da comunicação é ser uma ferramenta de articulação junto com estes povos, junto com o meio ambiente, uma comunicação sociotransformadora preocupada com a mudança das coisas e do mundo, preocupada em educar os ouvidos que insistem em não ouvir os apelos desses povos", afirma Henrique Cavalheiro, da assessoria de comunicação do CPP. Ele defende que comunicar é também levar em conta a realidade da Ecologia Integral: "Se eu destruo a natureza, eu não estou comprometido com a vida, pois destruindo a natureza eu ameaço a vida dos meus irmãos e irmãs, e os mais pobres são os primeiros a sentirem os impactos desta destruição", alerta.
A expectativa para o Muticom é de troca, escuta e fortalecimento do compromisso com a justiça socioambiental. Henrique vê o evento como espaço para mostrar, refletir e aprender com diferentes pessoas: "É uma oportunidade de diálogo com os outros comunicadores e comunicadoras que também fazem comunicação na Igreja no Brasil", diz Cavalheiro. A participação do CPP será uma forma de demonstrar à comunicação realizada com os povos das águas, reafirmando a missão profética que nasce dos territórios: "Mostrar qual comunicação fazemos, para quem fazemos, para que fazemos, como fazemos". Segundo ele, essa construção coletiva é um passo essencial para "uma comunicação de irmãos e irmãs que está sempre disposta a estar ao lado dos outros e outras, sobretudo dos mais pobres e vulnerabilizados e da Casa Comum", finaliza.
"A função da comunicação é ser uma ferramenta de articulação junto com estes povos, junto com o meio ambiente, uma comunicação sociotransformadora"
Comunicar com escuta e empatia
Para Darcy Lima, assessor de comunicação do Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM), o exercício da comunicação dentro da pastoral tem revelado caminhos profundos de transformação social. "A comunicação na Pastoral dos Migrantes tem me mostrado que a escuta atenta e o diálogo verdadeiro são ferramentas poderosas de transformação social", afirma. Em sua trajetória junto a migrantes e refugiados, ele destaca a potência das narrativas que partem da realidade, sensibilizando a sociedade e mobilizando ações concretas de solidariedade, acolhida e justiça social.
Darcy também relaciona a proposta da ecologia integral à prática cotidiana da comunicação comprometida com os povos em situação de vulnerabilidade. Para ele, comunicar vai além das ferramentas e técnicas: "A ecologia integral, proposta pelo Papa Francisco, nos desafia a enxergar a comunicação não apenas como transmissão de mensagens, mas como um processo que integra pessoas, culturas e territórios", ressalta Lima. Essa visão, segundo o comunicador, parte da empatia e da dignidade humana, princípios que guiam sua atuação e que deseja levar para o Muticom 2025. "Para nós, comunicadores, é também um momento de renovação do compromisso com uma comunicação que promove vida, justiça e fraternidade", destaca o comunicador.
Com relação ao evento, Darcy compartilha altas expectativas. Ele vê o 14o Muticom como um espaço privilegiado para troca de experiências entre comunicadores e agentes de pastoral de todo o país. "Espero que o evento fortaleça os vínculos entre as Pastorais Sociais, permitindo maior articulação nacional e a construção de estratégias conjuntas de comunicação que deem visibilidade às lutas e conquistas dos povos migrantes e de tantas outras realidades vulneráveis", conclui.
"Espero que o evento fortaleça os vínculos entre as Pastorais Sociais, permitindo maior articulação nacional e a construção de estratégias conjuntas de comunicação"
Racismo ambiental e migração forçada: desafios para uma comunicação transformadora
A comunicação comprometida com a ecologia integral e a transformação socioambiental exige atenção a temas urgentes e muitas vezes invisibilizados. É o que aponta a experiência vivida por Nívea Martins, assessora de comunicação da Cáritas Brasileira, onde esses desafios se tornaram centrais no trabalho de comunicação junto às comunidades. "É importante trazer para o centro temas que atravessam a vida das comunidades, como as mudanças climáticas, a migração forçada por questões ambientais e o racismo ambiental. Também vejo que precisamos refletir sobre o impacto das inteligências artificiais na forma como comunicamos", diz Martins. Para ela, considerar esses pontos é fundamental para qualificar a atuação dos comunicadores e comunicadoras engajados na construção de uma sociedade mais justa.
Ao falar sobre o Muticom 2025, Nívea destaca o desejo de que o evento se consolide como um espaço de construção coletiva. "Espero que o Muticom seja um espaço de troca, onde possamos olhar para os desafios atuais e pensar juntos como a comunicação pode responder a eles", ressalta Nívea. Segundo ela, além de trazer novas ferramentas e perspectivas ao trabalho diário, o evento pode fortalecer a articulação entre as Pastorais Sociais em nível nacional, contribuindo para "uma comunicação mais integrada e conectada com a realidade das comunidades", finaliza.
"Espero que o evento fortaleça os vínculos entre as Pastorais Sociais, permitindo maior articulação nacional e a construção de estratégias conjuntas de comunicação"
Escutar os territórios, dar visibilidade às lutas
A comunicadora Flaviana Serafim, da Rede Jubileu Sul Brasil, destaca que uma das práticas mais potentes em sua atuação é dar visibilidade às vozes dos territórios. "É sempre a gente dar visibilidade para os povos, para quem está nos territórios, para quem está no chão das comunidades. Escutar essas pessoas e visibilizar a voz, as denúncias delas e os fazeres, os avanços, as lutas, as conquistas", afirma. Para ela, esse é o caminho de uma comunicação realmente transformadora: "Uma comunicação que dê visibilidade a essa voz e que também apoie a mobilização desses povos pra mim é o principal, especialmente quando a gente está falando de ecologia integral e de transformação social", pontua Serafim.
"É o nosso papel principal fazer uma comunicação mobilizadora, transformadora de fato né, uma comunicação que dê visibilidade a essa voz e que também apoie a mobilização desses povos", afirma Flaviana.
Sobre o Muticom 2025, Flaviana compartilha sua empolgação: "Tô muito animada, com expectativa muito grande pela participação no Muticom. É a felicidade do encontro com os companheiros da comunicação e, ao mesmo tempo, a realização de um sonho da vida, que eu sempre quis conhecer a região amazônica", destaca a comunicadora. Para ela, a troca de experiências é um dos maiores ganhos do evento. "Ouvir as experiências que os colegas trazem, suas questões, seus desafios, suas realizações, essa troca são sempre muito ricas. A gente cresce junto, fortalece nosso trabalho e amplia a articulação", conclui.
"É o nosso papel principal fazer uma comunicação mobilizadora, transformadora de fato, que dê visibilidade a essa voz e apoie a mobilização desses povos"
Muticom: um espaço de formação, espiritualidade e vivência
A programação do Muticom inclui dois grandes painéis, imersão em 12 rios temáticos com metodologias participativas, atividades culturais e uma vivência em comunidades manauaras, além da Celebração da Comunicação no Encontro das Águas, símbolo do compromisso entre fé, comunicação e Amazônia.
Os Rios Amazônicos Temáticos abordarão temas como comunicação popular, ativismo digital, educomunicação, jornalismo ambiental, espiritualidade ecológica e saberes tradicionais. A metodologia propõe uma jornada profunda, em grupos de até 50 pessoas, para troca de experiências e construção coletiva de compromissos concretos.
Inscrições abertas até 12 de setembro
O 3o lote de inscrições está disponível até 12 de setembro, no valor de R$ 390,00. Estudantes contam com uma modalidade especial de R$ 200,00, com link exclusivo no site. Para essa categoria, é necessário apresentar o nome da instituição de ensino, nível de formação e número de identificação estudantil.
https://cimi.org.br/2025/09/muticom-2025/
As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.