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Com apoio da Funai, Congresso Nacional de Agroecologia debate justiça climática em Juazeiro (BA)

21/10/2025

Fonte: Funai - https://www.gov.br



As margens do rio São Francisco, no Semiárido nordestino, no campus de Juazeiro (BA), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), acontece o 13o Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA). Iniciado no dia 15 de outubro, o evento segue até sábado (18). A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) é uma das principais apoiadoras do evento, que este ano debate o tema "Agroecologia, convivência com os territórios brasileiros e justiça climática".

Considerado o maior evento de agroecologia do Brasil, com cerca de 6 mil inscritos, este ano o CBA recebeu apoio financeiro da Funai para logística, manutenção do local e ainda a participação da equipe de técnicos indigenistas no suporte às atividades como no Barracão dos Povos Indígenas "Elisa Pankararu" e na tenda da autarquia indigenista.

O coordenador-geral de Atividades Produtivas da Funai, Jefferson Fernandes, disse que o grande marco do congresso é a participação de indígenas de diferentes etnias e regiões do país. "Sem os povos indígenas não há debate sobre agroecologia. Os povos indígenas têm a agroecologia como modo de vida, e contribuem com o Brasil e o mundo em ações que ajudam a minimizar os impactos ambientais. É por este motivo que a Funai apoia este evento, assim como tantas outras práticas da agroecologia dentro dos territórios. A presença dessas populações indígenas aqui no CBA enriquece o debate, compartilha conhecimentos ancestrais e democratiza o acesso dessas populações em eventos nacionais e de tamanha relevância como este", explicou.

Barracão Elisa Pankararu

Desde 2023, o CBA conta com um espaço para incentivar a participação e a escuta aos povos indígenas. Trata-se de um barracão indígena utilizado para encontros, manifestações culturais e debates sobre a pauta indígena. Por meio de plenárias e rodas de conversas, os participantes debatem temas como mudanças climáticas, medicina indígena, Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e restauração ecológica em territórios Indígenas, entre outros.

Este ano, pela primeira vez, o CBA homenageia uma indígena que dá nome ao barracão. É a liderança indígena Elisa Pankararu, do povo Pankararu, de Pernambuco, ativista em defesa das mulheres do campo e dos povos indígenas, além de professora, antropóloga e coordenadora do Departamento de Mulheres Indígenas da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme).

Elisa Pankararu contou, durante a plenária de abertura, a emoção em ser homenageada e como é de extrema relevância a presença indígena em debates sobre agroecologia e clima.

"Falar sobre agroecologia, neste espaço de tantas instituições públicas, agricultores e estudiosos no assunto, é mostrar e falar com toda certeza que nós, povos indígenas, somos os guardiões desse ecossistema. Somos guardiões das florestas, das águas, das árvores, dos nossos irmãos e irmãs da natureza, que são sagrados e que alimentam e curam. E, por isso, a importância de estarmos nesses ambientes de discussão sobre agroecologia, assim como da emergência climática", pontua Elisa Pankararu.

Tenda da Funai

O espaço da Funai, localizado ao lado do Barracão indígena Elisa Pankararu, expõe materiais produzidos pela autarquia no âmbito da agroecologia, além de vivências junto às comunidades indígenas de diversos territórios e localidades do país. Técnicos da sede e das coordenações regionais da Funai tiram dúvidas e dialogam com indígenas e visitantes da feira sobre a temática de agroecologia, emergência climática, demarcação territorial, gestão ambiental e outros temas inerentes ao órgão, promovendo um espaço de troca e saberes.

CBA

O Congresso Brasileiro de Agroecologia é realizado a cada dois anos desde 2003 e é organizado pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia). É um espaço acadêmico e político de referência sobre agroecologia no Brasil e na América Latina, que fortalece a agroecologia como ciência, além de ter ambientes de diálogo e exposições de diferentes formas de conhecimento.

Pela primeira vez no Semiárido nordestino, o 13o CBA reflete em especial como os territórios são importantes em meio às mudanças climáticas, sendo espaços pedagógicos.

https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/com-apoio-da-funai-congresso-nacional-de-agroecologia-debate-justica-climatica-em-juazeiro-ba
 

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