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Após quatro anos paralisado, Fundo Amazônia volta à cena e acelera tanto captações quanto concessões
09/10/2025
Fonte: O Globo - https://oglobo.globo.com/
Após quatro anos paralisado, Fundo Amazônia volta à cena e acelera tanto captações quanto concessões
Gerido pelo BNDES, instrumento financeiro apoia projetos a fundo perdido
09/10/2025
A geração de créditos de carbono com conservação e restauração de florestas é um dos segmentos da bioeconomia com potencial mais evidente de gerar cifras para Amazônia, mas uma miríade de pequenos negócios ligados à biodiversidade e à cultura locais também tem condições de promover renda e bem-estar, reduzindo a pressão pelo desmatamento. O problema é que boa parte dessas atividades são informais, lideradas por pequenos empreendedores que têm dificuldade de acessar o crédito para investir.
Para viabilizar projetos de impacto socioambiental na região foi criado, há 17 anos, o Fundo Amazônia, que capta doações internacionais para financiar a prevenção ao desmatamento e o uso responsável dos recursos da floresta com recursos não reembolsáveis. É um dinheiro que viabiliza um projeto sem precisar ser devolvido.
Sob a gestão do BNDES, o Fundo Amazônia quer ser um catalisador de atividades sustentáveis que ajudem a manter a floresta em pé.
Depois da suspensão por quatro anos dos desembolsos do Fundo Amazônia no governo de Jair Bolsonaro, deixando R$ 3 bilhões retidos, o instrumento financeiro voltou em ritmo acelerado tanto na captação quanto na liberação dos recursos. Isso foi possível logo no início de 2023, já no mandato do presidente Lula, porque o Supremo Tribunal Federal (STF), ainda em outubro de 2022, determinou a reativação dos comitês responsáveis pela aplicação dos recursos do Fundo Amazônia, que haviam sido desativados.
O Fundo Amazônia recebe doações internacionais, que são administradas pelo BNDES sob diretrizes do Ministério do Meio Ambiente. Desde 2023, os doadores passaram de dois países (Alemanha e Noruega) para oito (acrescentando EUA, Reino Unido, Dinamarca, Suíça, Japão e Irlanda) e a União Europeia.
- Houve uma retomada das doações. Já entrou R$ 1,6 bilhão e tem mais R$ 820 milhões em processo de negociações, a contratar - informa Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES.
Liberações triplicam
Antes da suspensão, em 2019, o Fundo Amazônia aprovava, em média, R$ 300 milhões por ano para os projetos. Com a retomada em 2023, o valor anual mais que triplicou.
- Neste ano, em oito meses, aprovamos R$ 1,5 bilhão, maior patamar - diz a diretora.
A liberação dos aportes é feita após uma avaliação criteriosa dos projetos pelos comitês. O apoio financeiro pode contemplar diferentes tipos de beneficiários na Amazônia Legal, como organizações não governamentais, entidades representativas, cooperativas, agricultores familiares e comunidades indígenas e quilombolas. Uma vez aprovados, os projetos recebem uma parcela inicial dos recursos e vão ganhando outras após a comprovação do cumprimento de cada etapa acordada.
Muitas iniciativas envolvem restauração florestal produtiva, combinada com atividades agrícolas ou extrativas como a produção de pimenta, castanhas, banana e açaí.
O BNDES ainda gere o Fundo Clima, instrumento financeiro federal criado em 2009 para financiar projetos da agenda de descarbonização da economia, que tem uma modalidade não reembolsável.
Maria Netto, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS), avalia que esse tipo de apoio financeiro é decisivo para que as iniciativas locais se intensifiquem e superem desafios sistêmicos da Amazônia. Isso porque uma característica comum da região é ter projetos pequenos e dispersos, com valor socioambiental, mas com dificuldades de estruturar modelos de negócios.
- São empreendimentos que normalmente têm mais dificuldade de acesso a crédito, principalmente por não terem garantias reais. E muitas vezes não conseguem atrair investidores por ainda não apresentarem um fluxo de retorno consistente - ela diz. - As soluções baseadas na natureza requerem outra forma de olhar o risco e instrumentos financeiros inovadores.
https://oglobo.globo.com/brasil/cop-30-amazonia/noticia/2025/10/09/apos-quatro-anos-paralisado-fundo-amazonia-volta-a-cena-e-acelera-tanto-captacoes-quanto-concessoes.ghtml
Gerido pelo BNDES, instrumento financeiro apoia projetos a fundo perdido
09/10/2025
A geração de créditos de carbono com conservação e restauração de florestas é um dos segmentos da bioeconomia com potencial mais evidente de gerar cifras para Amazônia, mas uma miríade de pequenos negócios ligados à biodiversidade e à cultura locais também tem condições de promover renda e bem-estar, reduzindo a pressão pelo desmatamento. O problema é que boa parte dessas atividades são informais, lideradas por pequenos empreendedores que têm dificuldade de acessar o crédito para investir.
Para viabilizar projetos de impacto socioambiental na região foi criado, há 17 anos, o Fundo Amazônia, que capta doações internacionais para financiar a prevenção ao desmatamento e o uso responsável dos recursos da floresta com recursos não reembolsáveis. É um dinheiro que viabiliza um projeto sem precisar ser devolvido.
Sob a gestão do BNDES, o Fundo Amazônia quer ser um catalisador de atividades sustentáveis que ajudem a manter a floresta em pé.
Depois da suspensão por quatro anos dos desembolsos do Fundo Amazônia no governo de Jair Bolsonaro, deixando R$ 3 bilhões retidos, o instrumento financeiro voltou em ritmo acelerado tanto na captação quanto na liberação dos recursos. Isso foi possível logo no início de 2023, já no mandato do presidente Lula, porque o Supremo Tribunal Federal (STF), ainda em outubro de 2022, determinou a reativação dos comitês responsáveis pela aplicação dos recursos do Fundo Amazônia, que haviam sido desativados.
O Fundo Amazônia recebe doações internacionais, que são administradas pelo BNDES sob diretrizes do Ministério do Meio Ambiente. Desde 2023, os doadores passaram de dois países (Alemanha e Noruega) para oito (acrescentando EUA, Reino Unido, Dinamarca, Suíça, Japão e Irlanda) e a União Europeia.
- Houve uma retomada das doações. Já entrou R$ 1,6 bilhão e tem mais R$ 820 milhões em processo de negociações, a contratar - informa Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES.
Liberações triplicam
Antes da suspensão, em 2019, o Fundo Amazônia aprovava, em média, R$ 300 milhões por ano para os projetos. Com a retomada em 2023, o valor anual mais que triplicou.
- Neste ano, em oito meses, aprovamos R$ 1,5 bilhão, maior patamar - diz a diretora.
A liberação dos aportes é feita após uma avaliação criteriosa dos projetos pelos comitês. O apoio financeiro pode contemplar diferentes tipos de beneficiários na Amazônia Legal, como organizações não governamentais, entidades representativas, cooperativas, agricultores familiares e comunidades indígenas e quilombolas. Uma vez aprovados, os projetos recebem uma parcela inicial dos recursos e vão ganhando outras após a comprovação do cumprimento de cada etapa acordada.
Muitas iniciativas envolvem restauração florestal produtiva, combinada com atividades agrícolas ou extrativas como a produção de pimenta, castanhas, banana e açaí.
O BNDES ainda gere o Fundo Clima, instrumento financeiro federal criado em 2009 para financiar projetos da agenda de descarbonização da economia, que tem uma modalidade não reembolsável.
Maria Netto, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS), avalia que esse tipo de apoio financeiro é decisivo para que as iniciativas locais se intensifiquem e superem desafios sistêmicos da Amazônia. Isso porque uma característica comum da região é ter projetos pequenos e dispersos, com valor socioambiental, mas com dificuldades de estruturar modelos de negócios.
- São empreendimentos que normalmente têm mais dificuldade de acesso a crédito, principalmente por não terem garantias reais. E muitas vezes não conseguem atrair investidores por ainda não apresentarem um fluxo de retorno consistente - ela diz. - As soluções baseadas na natureza requerem outra forma de olhar o risco e instrumentos financeiros inovadores.
https://oglobo.globo.com/brasil/cop-30-amazonia/noticia/2025/10/09/apos-quatro-anos-paralisado-fundo-amazonia-volta-a-cena-e-acelera-tanto-captacoes-quanto-concessoes.ghtml
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