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"UEA e IFAM ferem a missão de suas existências", diz Nota de Repúdio ao acordo firmado com Potássio do Brasil
11/11/2025
Autor: Por Ligia Apel, Ascom Cimi Regional Norte 1
Fonte: Cimi - https://cimi.org.br
Na Nota, a FAMDDI, movimento da sociedade civil composto por organizações indígenas, indigenistas e movimentos sociais do Amazonas, denuncia as irregularidades sociais e ambientais do empreendimento
A Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI), composta por organizações da sociedade civil do Amazonas, somando-se às manifestações de outras organizações sociais indígenas, não indígenas e de pesquisas socioambientais, regionais, estaduais e nacionais, lança Nota de Repúdio aos posicionamentos da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e do Instituto Federal do Amazonas (IFAM) favoráveis à instalação da empresa Potássio do Brasil em território do povo Mura, em Autazes (AM).
Para a FAMDDI, as instituições públicas UEA e IFAM, ao firmarem acordo de cooperação com uma empresa que tenta por toda e qualquer via burlar a legislação brasileira para se instalar em território indígena e iniciar exploração de potássio, favorecendo o agronegócio, contrariam sua própria existência e ferem seus princípios e objetivos. "Concretizam a posição de alinhamento político e institucional a projeto de mineração que ameaça diretamente a integridade territorial, ambiental, cultural e os direitos fundamentais do povo Mura e de outros povos indígenas da Amazônia brasileira", posiciona-se o coletivo na Nota.
"A posição de alinhamento político e institucional a projeto de mineração que ameaça diretamente a integridade territorial, ambiental, cultural e os direitos fundamentais do povo Mura e de outros povos indígenas da Amazônia brasileira"
Também manifesta que "novos dados técnicos e jurídicos reforçam a gravidade e a ilegalidade do Projeto Potássio Autazes, cuja área de exploração sobrepõe-se ao território tradicional do Povo Mura, com impacto direto sobre a Terra Indígena Soares", e apoia as organizações indígenas que se contrapõe o projeto.
"Manifestamos nossa solidariedade às organizações indígenas regionais e nacionais, que vêm denunciando de modo firme e contínuo as violações de direitos e a má-fé institucional envolvida", citando, ao menos 10 organizações indígenas: Organização das Mulheres Mura (Omim), Organização Indígena da Resistência Mura de Autazes (Oirma), Organização de Lideranças Indígenas Mura do Careiro da Várzea (Olimcv), Fórum de Educação Escolar e Saúde Indígena (Foreeia), Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas (Meiam), Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas (Makira Ëta), Coordenação de Povos Indígenas de Manaus e Entornos (Copime), Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Apiam), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
"Manifestamos nossa solidariedade às organizações indígenas regionais e nacionais, que vêm denunciando de modo firme e contínuo as violações de direitos e a má-fé institucional envolvida"
Em relação aos impactos ambientais, a Nota alerta para uma forte semelhança de danos com o desastre que aconteceu em Brumadinho (MG), em 2019, pela empresa Vale. "Estudos demonstram que tais resíduos [que se acumularão nas proximidades das aldeias] possuem toxicidade cinco vezes superior à dos rejeitos que desencadearam o desastre de Brumadinho (MG), oferecendo riscos concretos de salinização de nascentes, igarapés e rios da bacia do Amazonas. Laudos técnicos recentes (2024), elaborados por especialistas em geologia, engenharia florestal, biologia e antropologia, confirmam tais riscos", advertem as organizações que compõe a FAMDDI, afirmando que tal acordo nada tem a ver com desenvolvimento, muito menos sustentável.
"O verdadeiro desenvolvimento sustentável exige respeito aos direitos territoriais, proteção dos ecossistemas e soberania alimentar construída com justiça socioambiental, não às custas da destruição dos povos que há séculos mantêm viva a floresta", posicionam-se.
"O verdadeiro desenvolvimento sustentável exige respeito aos direitos territoriais, proteção dos ecossistemas e soberania alimentar construída com justiça socioambiental, não às custas da destruição dos povos que há séculos mantêm viva a floresta"
Assim, as organizações reivindicam a anulação do acordo entre as unidades acadêmicas e a empresa, convocam a sociedade para se posicionar, pois resistir é não ser cumplice dos crimes socioambientais que decorrerão dos impactos e solicita da justiça "investigação e responsabilização de gestores e instituições que, cientes das ilegalidades e impactos, insistem em apoiar o empreendimento", conclui a Nota.
Em matéria publicada no dia 06 de novembro último, o site O Varadouro classifica a atitude da UEA e IFAM como um "greenwashing acadêmico", expressão que designa publicidade enganosa, onde uma empresa se apresenta como sustentável, mas que na realidade divulga argumentos ilusórios de sustentabilidade, o que a Famddi repudia veementemente na Nota.
https://cimi.org.br/2025/11/uea-e-ifam-nota-drepudio/
A Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI), composta por organizações da sociedade civil do Amazonas, somando-se às manifestações de outras organizações sociais indígenas, não indígenas e de pesquisas socioambientais, regionais, estaduais e nacionais, lança Nota de Repúdio aos posicionamentos da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e do Instituto Federal do Amazonas (IFAM) favoráveis à instalação da empresa Potássio do Brasil em território do povo Mura, em Autazes (AM).
Para a FAMDDI, as instituições públicas UEA e IFAM, ao firmarem acordo de cooperação com uma empresa que tenta por toda e qualquer via burlar a legislação brasileira para se instalar em território indígena e iniciar exploração de potássio, favorecendo o agronegócio, contrariam sua própria existência e ferem seus princípios e objetivos. "Concretizam a posição de alinhamento político e institucional a projeto de mineração que ameaça diretamente a integridade territorial, ambiental, cultural e os direitos fundamentais do povo Mura e de outros povos indígenas da Amazônia brasileira", posiciona-se o coletivo na Nota.
"A posição de alinhamento político e institucional a projeto de mineração que ameaça diretamente a integridade territorial, ambiental, cultural e os direitos fundamentais do povo Mura e de outros povos indígenas da Amazônia brasileira"
Também manifesta que "novos dados técnicos e jurídicos reforçam a gravidade e a ilegalidade do Projeto Potássio Autazes, cuja área de exploração sobrepõe-se ao território tradicional do Povo Mura, com impacto direto sobre a Terra Indígena Soares", e apoia as organizações indígenas que se contrapõe o projeto.
"Manifestamos nossa solidariedade às organizações indígenas regionais e nacionais, que vêm denunciando de modo firme e contínuo as violações de direitos e a má-fé institucional envolvida", citando, ao menos 10 organizações indígenas: Organização das Mulheres Mura (Omim), Organização Indígena da Resistência Mura de Autazes (Oirma), Organização de Lideranças Indígenas Mura do Careiro da Várzea (Olimcv), Fórum de Educação Escolar e Saúde Indígena (Foreeia), Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas (Meiam), Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas (Makira Ëta), Coordenação de Povos Indígenas de Manaus e Entornos (Copime), Articulação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (Apiam), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
"Manifestamos nossa solidariedade às organizações indígenas regionais e nacionais, que vêm denunciando de modo firme e contínuo as violações de direitos e a má-fé institucional envolvida"
Em relação aos impactos ambientais, a Nota alerta para uma forte semelhança de danos com o desastre que aconteceu em Brumadinho (MG), em 2019, pela empresa Vale. "Estudos demonstram que tais resíduos [que se acumularão nas proximidades das aldeias] possuem toxicidade cinco vezes superior à dos rejeitos que desencadearam o desastre de Brumadinho (MG), oferecendo riscos concretos de salinização de nascentes, igarapés e rios da bacia do Amazonas. Laudos técnicos recentes (2024), elaborados por especialistas em geologia, engenharia florestal, biologia e antropologia, confirmam tais riscos", advertem as organizações que compõe a FAMDDI, afirmando que tal acordo nada tem a ver com desenvolvimento, muito menos sustentável.
"O verdadeiro desenvolvimento sustentável exige respeito aos direitos territoriais, proteção dos ecossistemas e soberania alimentar construída com justiça socioambiental, não às custas da destruição dos povos que há séculos mantêm viva a floresta", posicionam-se.
"O verdadeiro desenvolvimento sustentável exige respeito aos direitos territoriais, proteção dos ecossistemas e soberania alimentar construída com justiça socioambiental, não às custas da destruição dos povos que há séculos mantêm viva a floresta"
Assim, as organizações reivindicam a anulação do acordo entre as unidades acadêmicas e a empresa, convocam a sociedade para se posicionar, pois resistir é não ser cumplice dos crimes socioambientais que decorrerão dos impactos e solicita da justiça "investigação e responsabilização de gestores e instituições que, cientes das ilegalidades e impactos, insistem em apoiar o empreendimento", conclui a Nota.
Em matéria publicada no dia 06 de novembro último, o site O Varadouro classifica a atitude da UEA e IFAM como um "greenwashing acadêmico", expressão que designa publicidade enganosa, onde uma empresa se apresenta como sustentável, mas que na realidade divulga argumentos ilusórios de sustentabilidade, o que a Famddi repudia veementemente na Nota.
https://cimi.org.br/2025/11/uea-e-ifam-nota-drepudio/
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