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Índios temem novos ataques de madeireiros

18/10/2007

Autor: Régina Santana

Fonte: JORNAL PEQUENO



Os índios da aldeia Lagoa Comprida, no município de Amarante (100 quilômetros de Imperatriz) temem novos ataques de madeireiros que agem ilegalmente dentro da Reserva Indígena Araribóia, a 80 quilômetros de Amarante, onde na última segunda-feira, 15, um conflito resultou na morte do índio Tomé Guajajara, de 69 anos.

A aldeia foi atacada por 17 madeireiros, que já chegaram ao local atirando, acredita-se que em resposta à apreensão de um caminhão de madeira que passava pela aldeia, há um mês. Para o cacique Antônio Guajajara, "foi um ato de terrorismo, o que aconteceu".

A Polícia Federal (PF) e funcionários da Fundação Nacional do índio (Funai) estiveram na aldeia Lagoa Comprida para saber o que realmente aconteceu. Um inquérito foi aberto para apurar as responsabilidades do ataque, mas os índios temem uma nova invasão. "Nós acreditamos que se nenhuma providência for tomada pelas autoridades, eles vão voltar".

Informações dão conta de que o ataque ocorreu a mando de madeireiros do município de Buriticupu, que passaram a explorar ilegalmente a Reserva Indígena Araribóia após a realização da operação "Força e Soberania", seguida pelas operações "Entorno" e "ReBio Gurupi II" - esta última em andamento - visando combater crimes ambientais nos 300 mil hectares da Reserva (último remanescente de Floresta Amazônica no Maranhão).

Os índios resolveram se posicionar contra a ação ilegal dos madeireiros dentro da Reserva Indígena Araribóia e o resultado foi o conflito da última segunda-feira que deixou, ainda, dois baleados. A índia Madalena Guajajara levou um tiro no abdômen e o índio Toinho foi atingido no braço. Os dois continuam na aldeia e passam bem.

Fiscalização - A gerente executiva do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Imperatriz, bióloga Adriana Soares, informou à reportagem que a Reserva Indígena Araribóia também será fiscalizada pela operação ReBio Gururpi II. "Nosso planejamento previa a fiscalização daquela área logo após a conclusão da fiscalização à Reserva Gurupi". Mas em função desse clima de tensão indígena, pode ser que a fiscalização seja antecipada, segundo Adriana Soares.
 

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