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Os Xakriabá contestam decisão que inocentou um dos acusados de matar Avelino Xakriabá

06/03/2008

Fonte: CIMI



O povo Xakriabá questiona a decisão do júri que inocentou, no dia 4 de março, Edson Gonçalves Costa, acusado de matar, em setembro de 2007, Avelino Nunes, do povo Xakriabá, que vive no norte de Minas Gerais. A comunidade e seus familiares sequer foram informados de que o júri iria ocorrer. Eles já pediram que a Fundação Nacional do Índio (Funai) recorra da decisão.

Segundo a responsável pela acusação, a promotora Manuela Coelho, Edson foi absolvido por falta de provas. As testemunhas foram os outros dois envolvidos no assassinato. Os dois jovens menores de 18 anos afirmaram que Edson não teria sequer tocado em Avelino. Em outubro de 2007, a Justiça determinou que, como medida sócio-educativa, os dois rapazes fiquem 3 anos internados.

O assassinato aconteceu em 16 de setembro de 2007, no município de Miravânia, Minas Gerais. A princípio, os acusados declararam que não tinham a intenção de matar Avelino, mas o laudo pericial desmentiu esta versão, afirmando que a causa da morte foi traumatismo craniano, causado pelas agressões. Desde então, os menores passaram a dizer que Edson não se envolveu diretamente no crime.

O povo Xakriabá ficou muito indignado com a decisão, pois os parentes de Avelino ficaram sabendo da decisão pela imprensa. Procurado pelas lideranças, o procurador da Funai, Guilherme Bacelar, informou que está estudando o processo para tomar as medidas judiciais cabíveis.

Em Audiência Pública realizada no território Xakriabá em outubro de 2007, as lideranças denunciaram que o aumento da violência contra o povo está vinculado ao processo de luta pela ampliação do território.
 

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