De Povos Indígenas no Brasil

Notícias

Suspeitos da morte de índio são detidos pela Federal e trazidos para Boa Vista

11/01/2003

Fonte: Folha de Boa Vista- Boa Vista-RR



O delegado da PF Fabrício Argenta é o responsável pelo inquérito


O delegado Fabrício Argenta, responsável pelo inquérito que apura o assassinato do índio macuxi Aldo da Silva Mota, chegou ontem a Boa Vista, vindo da região do conflito, em Uiramutã, e trouxe com ele dois funcionários da fazenda apontados como suspeitos do crime.

O delegado concedeu entrevista à Folha sobre a situação na fazenda Retiro, na região de Mutum, mas não quis divulgar o nome dos suspeitos explicando que a Justiça é quem decidirá se eles serão presos ou não. O delegado apreendeu também um revólver calibre 38 com cartuchos deflagrados, que pode ter sido a arma do crime.

"Quando saímos da fazenda a situação estava tranqüila, os índios estavam revoltados, mas não esboçavam nenhuma intenção de invadir a fazenda. Em relação ao corpo encontrado, o proprietário explicou que desconhecia o crime, pois não estava no local no dia do fato. Eu trouxe os funcionários que estão sendo suspeitos. Eles serão ouvidos, mas não posso adiantar ainda se ficarão presos", explicou.
Segundo o delegado, o inquérito sobre a morte do indígena foi aberto logo depois da descoberta do corpo e, além dos funcionários acusados, os familiares de Aldo e os rapazes, que descobriram o cadáver, também serão ouvidos.

ENCONTRO - O corpo de Aldo foi enterrado em uma vala rasa dentro da Fazenda Retiro e, devido a uma chuva que ocorreu na área anteontem, uma parte do cadáver ficou descoberta pela erosão. O grande número de urubus que sobrevoavam o lugar chamou a atenção dos indígenas que terminaram encontrando o corpo.

REPRESENTAÇÃO - O delegado Fabrício Argenta confirmou que entrará com representação contra o Conselho Indígena de Roraima por causa das declarações feitas por representantes da ONG a respeito da ação da Polícia Federal na área indígena.

"Nossas buscas foram feitas por terra e de helicóptero, e instauramos o inquérito conforme procedimento normal. Eu não conversei com os indígenas na primeira visita que fiz a área, pois colocaria em risco minha integridade física e dos agentes que estavam comigo. Os índios não quiseram conversar com os policiais em território neutro", afirmou.

"Eu queria deixar claro que estão me acusando de uma parcialidade que não existe. Se eu vislumbrar nas declarações dessa entidade qualquer crime contra a minha honra tomarei providências, pois as pessoas têm que ser responsáveis por seus atos", complementou.
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.