De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Índios prometem denunciar Funai à OEA e ONU por omissão
30/10/2009
Autor: Helio de Freitas
Fonte: Campo Grande News - http://www.campogrande.news.com.br/canais/view/?canal=8&id=271449
Índios guarani-kaiowá e terena da reserva de Dourados prometem denunciar a Funai e o governo brasileiro por omissão à OEA (Organização dos Estados Americanos) e à ONU (Organização das Nações Unidas).
O assistente social Kenedy de Souza Morais disse ao Campo Grande News que a comunidade indígena está produzindo um vídeo com imagens e informações sobre os assassinatos, estupros, roubos e outros crimes ocorridos nas aldeias Bororó e Jaguapiru. O objetivo, segundo ele, é chamar a atenção da comunidade internacional para o "extermínio" dos índios.
"Quem sabe, com a pressão dos órgãos internacionais, o governo e a Funai tomem alguma providência. A Funai tenta manter uma aparente tutela sobre os povos indígenas e por isso barra a entrada da segurança pública nas aldeias. Vamos mandar um relatório para a OEA e para a ONU denunciando os assassinatos, mostrando relatos de pais e mães que perderam seus filhos", afirmou.
O assistente social fez parte do protesto realizado nesta sexta-feira para cobrar da Funai mais segurança nas aldeias. Vestido com uma fantasia de morte, Kenedy Morais discursou durante o ato público em frente à Funai e acusou a administradora regional do órgão, Margarida Nicoletti, de vetar a entrada da polícia nas aldeias, permitindo que a comunidade indígena fique exposta à criminalidade.
Margarida Nicoletti também discursou e negou que tenha barrado a entrada da polícia nas aldeias. Ela mostrou cópias de ofícios que teriam sido enviados aos órgãos de segurança pública solicitando a presença da polícia nas aldeias. "Não tem como a Funai fazer a segurança nas aldeias, mas nunca negamos segurança aos índios. Já autorizamos por escrito [a entrada da polícia], mas não cabe à Funai determinar que a polícia faça segurança aos índios", afirmou.
Violência - Com cerca de 12 mil habitantes, a reserva de Dourados enfrenta uma onda de violência e criminalidade. A área, de 3.600 hectares e cortada por dezenas de estradas vicinais, tem pontos de venda de bebidas alcoólicas e de drogas, prostituição e virou esconderijo para produtos roubados na cidade. Nos últimos meses, os moradores se depararam com aumento do número de assassinatos com extrema violência. Corpos retalhados a golpes de facão são encontrados com frequência nas estradas vicinais.
Levantamento do MPF (Ministério Público Federal) mostra que o índice de homicídios nas aldeias de Dourados é 495% maior que a média dos últimos 12 meses no país. O índice de assassinatos nas aldeias Bororó e Jaguapiru é de 145 mortes para cada 100 mil habitantes. Já o índice de homicídios no país é de 24,5 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.
O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida afirma que o índice de homicídios entre os índios de Dourados supera até mesmo o índice de assassinatos do Iraque, que tem índice de 93 homicídios para cada grupo de cem mil habitantes.
O assistente social Kenedy de Souza Morais disse ao Campo Grande News que a comunidade indígena está produzindo um vídeo com imagens e informações sobre os assassinatos, estupros, roubos e outros crimes ocorridos nas aldeias Bororó e Jaguapiru. O objetivo, segundo ele, é chamar a atenção da comunidade internacional para o "extermínio" dos índios.
"Quem sabe, com a pressão dos órgãos internacionais, o governo e a Funai tomem alguma providência. A Funai tenta manter uma aparente tutela sobre os povos indígenas e por isso barra a entrada da segurança pública nas aldeias. Vamos mandar um relatório para a OEA e para a ONU denunciando os assassinatos, mostrando relatos de pais e mães que perderam seus filhos", afirmou.
O assistente social fez parte do protesto realizado nesta sexta-feira para cobrar da Funai mais segurança nas aldeias. Vestido com uma fantasia de morte, Kenedy Morais discursou durante o ato público em frente à Funai e acusou a administradora regional do órgão, Margarida Nicoletti, de vetar a entrada da polícia nas aldeias, permitindo que a comunidade indígena fique exposta à criminalidade.
Margarida Nicoletti também discursou e negou que tenha barrado a entrada da polícia nas aldeias. Ela mostrou cópias de ofícios que teriam sido enviados aos órgãos de segurança pública solicitando a presença da polícia nas aldeias. "Não tem como a Funai fazer a segurança nas aldeias, mas nunca negamos segurança aos índios. Já autorizamos por escrito [a entrada da polícia], mas não cabe à Funai determinar que a polícia faça segurança aos índios", afirmou.
Violência - Com cerca de 12 mil habitantes, a reserva de Dourados enfrenta uma onda de violência e criminalidade. A área, de 3.600 hectares e cortada por dezenas de estradas vicinais, tem pontos de venda de bebidas alcoólicas e de drogas, prostituição e virou esconderijo para produtos roubados na cidade. Nos últimos meses, os moradores se depararam com aumento do número de assassinatos com extrema violência. Corpos retalhados a golpes de facão são encontrados com frequência nas estradas vicinais.
Levantamento do MPF (Ministério Público Federal) mostra que o índice de homicídios nas aldeias de Dourados é 495% maior que a média dos últimos 12 meses no país. O índice de assassinatos nas aldeias Bororó e Jaguapiru é de 145 mortes para cada 100 mil habitantes. Já o índice de homicídios no país é de 24,5 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.
O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida afirma que o índice de homicídios entre os índios de Dourados supera até mesmo o índice de assassinatos do Iraque, que tem índice de 93 homicídios para cada grupo de cem mil habitantes.
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