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CIR AFIRMA: Corpo de índio morto passará por DNA
28/03/2003
Autor: CYNEIDA CORREIA
Fonte: Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
O corpo do índio Macuxi Aldo da Silva Mota, assassinado em janeiro deste ano ainda não foi devolvido pelo Laboratório de Antropologia Forense do Instituto Médico Legal de Brasília para a família, em Roraima.
A demora na devolução do corpo não está bem explicada, visto que o laudo do IML sobre a causa morte foi entregue no dia 21 de fevereiro ao ministro da Justiça, Márcio Tomaz Bastos.
Quase dois meses após a execução, a família ainda aguarda a liberação do corpo e a autorização judicial para o translado até a aldeia Willimon, na área Raposa/Serra do Sol, onde Aldo nasceu e será sepultado de acordo com as tradições indígenas.
DNA - Segundo a Assessoria de Imprensa do Conselho Indígena de Roraima (CIR), as informações na entidade é que o laboratório está fazendo um exame de DNA para detectar se o sangue encontrado na fazenda pertence ao indígena assassinado.
"Eles [IML de Brasília] são muito precisos nesses exames e eu acredito que a demora é por esse motivo. Nós mantivemos contato no início do mês de março para saber sobre a liberação do corpo, mas não havia nenhuma decisão sobre o caso", explicou o assessor André Vasconcelos.
O delegado da Polícia Federal, Fabrício Argenta, responsável pelo inquérito, disse que o exame foi solicitado pela PF e pelo Ministério Público. "O exame de DNA foi solicitamos por mim para esclarecer algumas dúvidas, mas não posso divulgar os motivos do pedido de DNA para não atrapalhar as investigações. O processo de liberação do corpo não depende de nós. Tudo o que podia ser feito pela Polícia Federal neste caso foi feito. Nós devemos concluir o inquérito no prazo estabelecido, que é 16 de abril", disse.
O delegado explicou que Fundação Nacional do Índio (Funai) está acompanhando o processo de liberação do corpo em Brasília para que o cadáver de Aldo Mota possa ser entregue a família o mais rápido possível.
CAUSA - Os peritos do IML da capital federal detectaram que Aldo Mota teve hemorragia interna causada por traumatismo torácico transfixiante, ocasionado por projétil de arma de fogo disparado de cima para baixo. O laudo afirma que na hora que foi assassinado o índio estava de braços levantados, o que confirmaria uma execução.
Os peritos do Laboratório Antropologia Forense do IML Brasília visitaram o local do crime e descobriram que após a morte o corpo foi arrastado por mais 300 metros até a cova em que foi enterrado.
O Instituto Médico Legal de Boa Vista atestou que a causa morte de Aldo Mota foi "natural e indeterminada" e um segundo laudo da Secretaria de Segurança Pública do Estado indicou que a "causa da morte era indeterminada e que não havia hemorragias difusas ou localizadas no tórax".
Inconformados com as duas autópsias, a família da vítima e o Conselho Indígena de Roraima solicitaram, através do Ministério Público Federal, um laudo especializado e independente.
SINDICÂNCIA - Após a confirmação do laudo de Brasília, o então secretário interino de Segurança Pública, Arnóbio Bessa, informou que uma sindicância seria aberta para apurar as causas da divergência entre os laudos do IML local com o de Brasília.
O diretor do Instituto de Boa Vista, Claude Vasconcelos, informou que o processo está em andamento e tem 30 dias para ser concluído. "Nós estamos estudando os documentos e avaliando o material estudado pelo médico que fez a autópsia. O resultado será entregue dentro do prazo", disse.
O CASO - A confusão entre índios e não índios que acabou no assassinato de Aldo Mota começou quando um garrote da comunidade indígena desapareceu e Aldo Mota foi procurá-lo na fazenda de propriedade do vereador Francisco das Chagas Oliveira (Chico Tripa), não retornando mais à comunidade.
Revoltados, os índios resolveram procurá-lo e cercaram o local, impedindo o acesso de trabalhadores e a entrada de policiais na área. O local havia sido tomado por pelo menos 70 índios, utilizando armas de fogo, facas e terçados.
Eles exigiam a imediata desocupação das terras pelos proprietários, além de querer saber do paradeiro do indígena que foi encontrado enterrado em uma cova rasa dentro da fazenda Retiro.
A ocupação do vereador Francisco das Chagas fica a 11 quilômetros do vilarejo Mutum, uma das cinco vilas instaladas dentro de Raposa Serra do Sol.
A demora na devolução do corpo não está bem explicada, visto que o laudo do IML sobre a causa morte foi entregue no dia 21 de fevereiro ao ministro da Justiça, Márcio Tomaz Bastos.
Quase dois meses após a execução, a família ainda aguarda a liberação do corpo e a autorização judicial para o translado até a aldeia Willimon, na área Raposa/Serra do Sol, onde Aldo nasceu e será sepultado de acordo com as tradições indígenas.
DNA - Segundo a Assessoria de Imprensa do Conselho Indígena de Roraima (CIR), as informações na entidade é que o laboratório está fazendo um exame de DNA para detectar se o sangue encontrado na fazenda pertence ao indígena assassinado.
"Eles [IML de Brasília] são muito precisos nesses exames e eu acredito que a demora é por esse motivo. Nós mantivemos contato no início do mês de março para saber sobre a liberação do corpo, mas não havia nenhuma decisão sobre o caso", explicou o assessor André Vasconcelos.
O delegado da Polícia Federal, Fabrício Argenta, responsável pelo inquérito, disse que o exame foi solicitado pela PF e pelo Ministério Público. "O exame de DNA foi solicitamos por mim para esclarecer algumas dúvidas, mas não posso divulgar os motivos do pedido de DNA para não atrapalhar as investigações. O processo de liberação do corpo não depende de nós. Tudo o que podia ser feito pela Polícia Federal neste caso foi feito. Nós devemos concluir o inquérito no prazo estabelecido, que é 16 de abril", disse.
O delegado explicou que Fundação Nacional do Índio (Funai) está acompanhando o processo de liberação do corpo em Brasília para que o cadáver de Aldo Mota possa ser entregue a família o mais rápido possível.
CAUSA - Os peritos do IML da capital federal detectaram que Aldo Mota teve hemorragia interna causada por traumatismo torácico transfixiante, ocasionado por projétil de arma de fogo disparado de cima para baixo. O laudo afirma que na hora que foi assassinado o índio estava de braços levantados, o que confirmaria uma execução.
Os peritos do Laboratório Antropologia Forense do IML Brasília visitaram o local do crime e descobriram que após a morte o corpo foi arrastado por mais 300 metros até a cova em que foi enterrado.
O Instituto Médico Legal de Boa Vista atestou que a causa morte de Aldo Mota foi "natural e indeterminada" e um segundo laudo da Secretaria de Segurança Pública do Estado indicou que a "causa da morte era indeterminada e que não havia hemorragias difusas ou localizadas no tórax".
Inconformados com as duas autópsias, a família da vítima e o Conselho Indígena de Roraima solicitaram, através do Ministério Público Federal, um laudo especializado e independente.
SINDICÂNCIA - Após a confirmação do laudo de Brasília, o então secretário interino de Segurança Pública, Arnóbio Bessa, informou que uma sindicância seria aberta para apurar as causas da divergência entre os laudos do IML local com o de Brasília.
O diretor do Instituto de Boa Vista, Claude Vasconcelos, informou que o processo está em andamento e tem 30 dias para ser concluído. "Nós estamos estudando os documentos e avaliando o material estudado pelo médico que fez a autópsia. O resultado será entregue dentro do prazo", disse.
O CASO - A confusão entre índios e não índios que acabou no assassinato de Aldo Mota começou quando um garrote da comunidade indígena desapareceu e Aldo Mota foi procurá-lo na fazenda de propriedade do vereador Francisco das Chagas Oliveira (Chico Tripa), não retornando mais à comunidade.
Revoltados, os índios resolveram procurá-lo e cercaram o local, impedindo o acesso de trabalhadores e a entrada de policiais na área. O local havia sido tomado por pelo menos 70 índios, utilizando armas de fogo, facas e terçados.
Eles exigiam a imediata desocupação das terras pelos proprietários, além de querer saber do paradeiro do indígena que foi encontrado enterrado em uma cova rasa dentro da fazenda Retiro.
A ocupação do vereador Francisco das Chagas fica a 11 quilômetros do vilarejo Mutum, uma das cinco vilas instaladas dentro de Raposa Serra do Sol.
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