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Índios acusam fazendeiros de invadirem a reserva

10/10/2003

Fonte: Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT



Desde o desaparecimento de Joaquim Marãdzohö, os xavantes de Sangradouro reúnem-se todas as noites para discutir o que devem fazer para conduzir a aldeia e como devem lidar com a situação internamente. Para dirimir o conflito, a comunidade teria optado por negociar com os fazendeiros e aceitar a parceria do governo do Estado para dar início ao plantio este ano. A área da reserva Sangradouro, composta por 19 aldeias, está demarcada desde 1975, porém, há 10 anos os xavantes afirmam que as fazendas Rica I e Rica II também estão em terras indígenas e pedem uma redemarcação. No total, a reserva tem 110 mil hectares e uma população de 2 mil índios.

Segundo a procuradora da República, Agueda Silva, a redemarcação corre na Justiça, depois que o Ministério Público entrou com uma Ação Civil Pública, com pedido de liminar, para que a Funai se posicionasse. "Depois disso eles mandaram um grupo de trabalho para começar o levantamento na área, mas os fazendeiros os expulsaram daqui. O conflito pode estar suspenso temporariamente, mas permanece latente", avalia.

O membro do Cimi em General Carneiro, Tarley Nunes da Mata, diz entender as críticas xavantes feitas à entidade como um traço cultural e afirma que os índios respeitam o processo legal, já os fazendeiros manteriam postura de pressão. "Enquanto tem discussão na Justiça os índios não usam a área e quando o fazem é sempre motivo de briga. Já os fazendeiros, plantam no lugar", protesta da Mata. (MO)
 

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