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Índice de tuberculose é alto entre índios

03/01/2011

Autor: Cyneida Correia

Fonte: Folha Web - http://www.folhabv.com.br/



Cerca de 19% dos casos de tuberculose identificados no estado atinge indígenas, principalmente os que vivem em aldeias localizadas no Município de Alto Alegre. Só em 2010, em todo o estado, foram 127 pessoas detectadas com a doença. O maior número se concentra na capital (57%), seguido do Município de Alto Alegre, com 9,8% de casos, sendo que 83,3% são de populações indígenas. Dos 12 casos detectados neste município, 10 foram indígenas.

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) divide as áreas indígenas em Yanomami, que engloba Yanomami e Yekuana, e Distrito Leste, que engloba todas as outras etnias. No primeiro foram detectados 12 casos, dois de populações que vivem no Amazonas e 10 em índios que vivem em Roraima, dos quais 9 em Alto Alegre. No Distrito Leste, foram 11 casos, sendo um em Alto Alegre e os outros 10 casos em Uiramutã, Pacaraima e Cantá.

Considerando que a tuberculose foi declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como doença de emergência global, a Funasa tratou como prioridade a intensificação das ações do Programa de Tuberculose nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei).

O objetivo dessa estratégia foi facilitar o acesso ao diagnóstico precoce do bacilo da tuberculose, ao tratamento adequado dos casos e o desenvolvimento de ações de prevenção da transmissão do bacilo entre os indígenas.

Foram disponibilizados medicamentos, implementada a quimioprofilaxia para os grupos de alto risco e para os contatos de casos com tuberculose pulmonar positivos e buscou-se a melhoria do sistema de informação, o que tem possibilitado assegurar uma política de controle da tuberculose voltada para as especificidades indígenas.

Segundo Jurema Monteiro, coordenadora do programa de Tuberculose da Funasa, a escassez de meios de sobrevivência, como a caça, a pesca e a coleta, a convivência da comunidade em ambiente fechado são alguns dos fatores que contribuem para a propagação da doença nas aldeias.

"A tuberculose em comunidade indígena dissemina mais rápido, por ser local fechado, onde as pessoas convivem mais tempo. Mas também a doença se torna mais fácil de detectar e tratar. Temos equipes fixas que trabalham diariamente com a comunidade e na primeira sintomatologia eles orientam o paciente a procurar a assistência de saúde", disse.

"Dispomos de equipes trabalhando em tempo integral nas comunidades e não temos problemas de resistência ou desistência dos índios ao tratamento de tuberculose, pois eles entendem que podem contaminar a comunidade se não forem curados", complementou.

PAÍS - De acordo com os dados do Departamento de Saúde Indígena da Funasa (Desai), a incidência da tuberculose entre os povos indígenas caiu, em média, 6,7% nos últimos dez anos.

No período de 2007 a 2009 a redução foi de 3,11% ao ano, superior a média registrada na população geral, que, conforme o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), é de 2,3% por ano em média.

Segundo o relatório "Vigilância em Saúde Indígena - Dados e Indicadores selecionados 2010", produzido pelo Desai, no período de 2000 a 2009 a redução da incidência foi de 60,29%.


http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=100883
 

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